Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
SEGURANÇA

Seju transfere 52 presos para Piraquara

Na manhã de ontem, agentes penitenciários protestaram diante da penitenciária. Segundo eles, não há estrutura para receber os presos

Agentes chegaram a fechar os portões da penitenciária ontem | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Agentes chegaram a fechar os portões da penitenciária ontem (Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo)

Logo após o fim do protesto de agentes penitenciários que fechou os portões do Complexo Penal de Piraquara, na manhã de ontem, 52 detentos de delegacias da região de Curitiba foram transferidos para o local. A meta da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) é transferir 52 presos ao dia para o complexo, cumprindo a promessa de, em até 60 dias, transferir 1,2 mil presos das unidades policiais da Grande Curitiba para o sistema prisional do estado. A medida encontra resistência dos agentes, que dizem que não há estrutura suficiente para comportar tantas transferências e temem "um novo Carandiru".

A previsão era de que a manifestação dos agentes durasse todo o dia, mas terminou por volta das 11h30. Um agente de plantão na Casa de Custódia de Piraquara, que não quis se identificar, disse que os presos estão sendo acomodados "como dá", porque não há espaço suficiente. Entre terça e quarta, 104 novos presos foram transferidos, segundo a Seju. Os que chegaram ontem ao complexo vieram dos 1.º, 3.º, 5.º, 8.º e 11.º DP, de Curitiba, das unidades de Pontal do Paraná e Paranaguá, no Litoral, e da Delegacia de Homicídios, na capital.

Pela manhã, em entrevista à Rádio Bandnews, o governador Beto Richa (PSDB) disse que o complexo estava preparado para receber os novos presos. A afirmação foi rebatida por Antony Johnson, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná. "É uma mentira que o complexo foi preparado. Só chegaram colchões usados que serão colocados no chão, porque não tem espaço. Assim que os presos superlotarem o complexo, a segurança ficará fragilizada".

Assembleia

O sindicato vai marcar assembleia nos próximos dias para discutir a possibilidade de uma greve da categoria até o fim do mês. A migração dos presos de delegacias para o sistema penitenciário faz parte de um "plano emergencial" do governo estadual para esvaziar os distritos policiais. Na terça, o governador Beto Richa (PSDB) ordenou as transferências por decreto, após ser pressionado pela Polícia Civil por causa da morte de um agente penitenciário, no domingo, na fuga de detentos da Delegacia de Colombo. Em protesto pelo ocorrido, as delegacias de todo o estado funcionaram apenas parcialmente na terça. Mas a possibilidade de paralisação geral da categoria foi descartada em assembleia na noite de ontem.

A promessa do governo é de que as delegacias da capital sejam esvaziadas em até 15 dias, com os 538 detentos iniciais sendo absorvidos pelo sistema prisional. Ainda assim, nem todos os presos serão transferidos nestes dois meses. Segundo a Seju, as delegacias de Curitiba, região metropolitana e litoral têm 1.568 presos. Portanto, 338 transferências ficarão para depois do prazo de 60 dias, o que deve impactar principalmente as delegacias do Litoral.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.