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Como os militares que passaram por uma situação de violência dentro do quartel vão lidar com o assunto do lado de fora? É essa a questão que merece atenção das autoridades, na opinião da psicóloga, Roberta Kafruni, professora do Centro Universitário Positivo e da Universidade Tuiuti do Paraná.

Doutoranda em Psicologia Social, ela diz que as seqüelas psicológicas das pessoas que passaram por uma situação de violência dependem do que aquilo representou para cada uma. "Nem sempre vai ser uma reação negativa, mas o fato da pessoa agredida não achar isso ruim já pode ser um sinal de alerta de que as coisas não estão bem."

A psicóloga lembra que a situação precisa ser considerada a partir de dois pontos de vista. Primeiro, é necessário analisar o histórico do processo de "iniciação" dentro da instituição. E, depois, quais eram as circunstâncias no grupo quando os maus-tratos foram cometidos.

Segundo Roberta, dizer que as torturas foram "fruto de uma mente doentia" é uma forma simplista de encarar o problema. "Os agressores podem ter sofrido violência antes, mas apenas isso não justifica a necessidade de submeter uma outra pessoa a mesma coisa." Segundo ela, é preciso levar em conta as relações de poder preestabelecidas dentro da corporação porque uma pessoa "saudável mentalmente" pode ter dificuldade em recusar-se a participar do ato. "Além disso, é preciso verificar qual a concepção que certas práticas adquiriram na instituição."

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