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Documentos do Grupo Pedra aprrendidos pela polícia. | /Divulgação
Documentos do Grupo Pedra aprrendidos pela polícia.| Foto: /Divulgação

Sete pessoas foram presas nesta quarta-feira (18) acusadas de aplicar um golpe de mais de R$ 20 milhões em seis cidades da Região Metropolitana de Curitiba e em Matinhos, no Litoral do Paraná. Eles vendiam terrenos em áreas rurais com licenciamentos irregulares obtidos junto às prefeituras com documentos falsificados. As investigações foram conduzidas pelo Ministério Público de São José dos Pinhais e pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba (Dedec). No total, foram expedidos nove mandados de prisão, mas dois suspeitos seguem foragidos – um deles porque não foi localizado e outro porque conseguiu fugir durante o cumprimento dos mandados.

A suposta quadrilha tinha ao menos sete empreendimentos com lotes à venda, com uma média de 100 terrenos cada. Os supostos lotes eram comercializados a valores entre R$ 100 mil a R$ 140 mil. O promotor do MP-PR Alexandre Gaio (que atuou em dupla com o promotor João Milton Salles) explica que os investigadores chegaram ao valor de mais de R$ 20 milhões com base na informação da própria empresa, que dizia ter vendido mais de 70% das unidades de um empreendimento. “Várias das vítimas relataram que foram até o empreendimento, os lotes, e todos os consumidores acreditaram que era um terreno de condomínio fechado como qualquer outro”, disse Gaio.

O golpe

Tudo começava quando os donos da suposta empresa imobiliária compravam terrenos em áreas rurais, muitos deles em áreas de preservação. A área mínima para desmembramento nessas zonas dos municípios costuma ser de 20 mil metros quadrados. Os possíveis golpistas então faziam de conta que construiriam no terreno inteiro um hotel de até 100 leitos. Com esse tamanho, empreendimentos hoteleiros não precisam de licença ambiental. Obtida a licença das prefeituras, o grupo começava a comercializar os terrenos. Eles mediam de 500 a mil metros quadrados - inferior, portanto, aos 20 mil metros quadrados permitidos.

O grupo responsável pela aplicação do suposto golpe não levantou suspeitas logo de início porque apresentava alto nível de cuidado com a imagem da empresa. “O Grupo Pedra [nome da empresa] se apresentou com aparência e solidez de seriedade. Tinha um material de publicitário de alto nível, bem apresentado, colorido e com vários folders. A sede deles é bem organizada, com várias pessoas, com cada um fazendo sua função. Um esquema altamente sofisticado”, disse Gaio.

As cidades em que foi constatada a presença de ao menos um empreendimento são Almirante Tamandaré, Campo Largo, Matinhos, Tijucas do Sul, São José dos Pinhais. Também houve, possivelmente, a aplicação do golpe em Agudos do Sul. Nesses locais, ao longo desta quarta-feira (18), houve a apreensão de carros de luxo e outros bens para possível ressarcimento aos consumidores lesados. As contas da empresa também foram bloqueadas, mas até esta tarde não era possível saber o montante de dinheiro que havia nos bancos porque o relatório com essa informação não havia chegado, conforme Gaio.

A reportagem tentou contato direto com o telefone informado no site do Grupo Pedra, mas ninguém atendeu às ligações. Os advogados que atuam na defesa dos presos não foram localizados.

Vítimas devem ir à polícia

O promotor Alexandre Gaio diz que as pessoas que compraram os terrenos do Grupo Pedra devem procurar a Delegacia de Estelionatos e Desvio de Cargas em Curitiba. Essa fase de investigações é decisiva para definir os rumos da denúncia que será apresentada à Justiça pelo Ministério Público. Quem teve problemas com a empresa e for à delegacia registrar a situação tem mais chance de conseguir ser ressarcido posteriormente.

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