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Curitiba

Sidepol divulga nota de apoio à responsável por investigação no Evangélico

Nota foi divulgada um dia após a coletiva de imprensa do diretor técnico do Hospital Evangélico. Ele afirmou que houve abuso por parte da delegada do Nucrisa na investigação sobre as suspeitas de mortes na UTI do hospital

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná (Sidepol) divulgou nesta terça-feira (26) uma nota de apoio à delegada Paula Brisola, do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), responsável pela investigação sobre mortes suspeitas na UTI do Hospital Evangélico.

De acordo com a nota - assinada pelo presidente do Sidepol, delegado Jaime Estorilio -, a delegada do Nucrisa seguiu os padrões internacionais na investigação e utilizou os recursos permitidos, "tais como interceptação telefônica, infiltração, oitivas de testemunhas e requisição de documentos".

O pronunciamento do sindicato ocorreu um dia após a coletiva de imprensa do diretor técnico do Hospital Evangélico, Luiz Felipe Mendes. O dirigente da instituição de saúde classificou a ação da especializada como constrangedora e relatou que vai pedir uma apuração sobre o suposto exagero na ação policial.

Mendes ressaltou que a entidade está tomando providências contra a polícia e que um pedido de apuração contra a delegada titular do (Nucrisa), Paula Brisola, também será feito. Ele não detalhou como ou onde o pedido será feito, mas que o alvo da apuração é um suposto abuso na operação policial.

Sobre a acusação de excesso por parte da polícia, o Sidepol afirmou que "em momento algum se pode falar em abuso de autoridade, o que aponta clara tentativa de intimidar a investigação que avança de forma inevitável".

Para o Sidepol, o Nucrisa repassou à imprensa apenas informações necessárias ao entendimento do caso e a grande repercussão na imprensa ocorreu por conta da gravidade do fato investigado.

Segundo Estorilio, a propagação do caso da mídia teve ainda [...] "uma grande participação do próprio advogado da indiciada na propagação ‘midiática’ [...]". A entidade fez referência ao advogado de defesa da chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, Virgínia Soares de Souza, Elias Mattar Assad.

A assessoria de imprensa do advogado informou que não tinha conhecimento da nota do Sidepol e que Assad não poderia falar com a reportagem, por volta das 12h20. O advogado deve se manifestar sobre a questão no período da tarde.

Sigilo

A entidade de classe apontou ainda que o sigilo do inquérito policial havia sido decretado para preservar a médica indiciada – a chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, Virgínia Soares de Souza.

Gláucio Antônio Pereira, um dos advogados do Evangélico, disse na segunda-feira, em coletiva de imprensa, que a entidade defendia a preservação do sigilo nas investigações e em todo o processo. "A finalidade [de manter o processo em segredo de Justiça] é preservar a paz dos pacientes e de todo o corpo médico", relatou.

O sigilo sobre a investigação policial que apura a responsabilidade por mortes ocorridas na UTI do Hospital Evangélico, de Curitiba, caiu na noite desta segunda-feira (25) por determinação da Vara de Inquéritos Policiais. A solicitação havia sido feita, segundo a Polícia Civil, pela própria delegada que investiga o caso: Paula Brisola.

O sindicato dos delegados finalizou a nota afirmando que "[...] resta considerar que embora a classe médica mereça todo o respeito pelos nobres serviços que presta a sociedade, devemos lembra-los que não estão acima da lei e por isso sujeitos ao crivo da investigação criminal quando necessário".

Prisões

A chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, Virgínia Soares de Souza, foi presa temporariamente, na última terça-feira (19), pela Polícia Civil, como suspeita em um inquérito que apura a ocorrência de homicídios em uma UTI do hospital. Desde então, uma série de denúncias foram feitas por funcionários e ex-funcionários, além de pessoas que tiveram que tiveram parentes internados na UTI da instituição. Outros três médicos do Evangélico foram presos no sábado e uma enfermeira na segunda-feira.

Sobre as suspeitas que recaem sobre Virgínia e pelo menos outros quatro funcionários do Evangélico, o diretor técnico do hospital saiu em defesa dos servidores. Ele disse que não há qualquer registro de queixa relacionado às denúncias que aparecem nos meios de comunicação contra os médicos e funcionários. Porém, Mendes não se posicionou a respeito das acusações e se esquivou quando questionado sobre a possibilidade de negar que tenha ocorrido crime dentro da entidade. Segundo ele, as investigações poderão responder sobre a existência ou não de irregularidades.

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