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rio de janeiro

Sindicato dos jornalistas diz que colete do cinegrafista morto não era seguro

Equipamento usado por Gelson Domingos protegeria apenas contra tiros de armas com potencial bem abaixo dos fuzis usados em confrontos no Rio

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio informou, em nota, nesta segunda-feira (7) à noite, que teve acesso ao colete à prova de balas, usado pelo repórter cinematográfico da TV Bandeirantes, Gelson Domingos, e que o equipamento era do tipo 2-A, que protege contra tiros de armas com a de 9 milímetros (mm), com potencial bem abaixo dos fuzis usados em confrontos no Rio de Janeiro. O sindicato disse que ao contrário do que a emissora afirmou, o equipamento não era do tipo 3-A – que tem maior poder de defesa. O cinegrafista foi morto neste domingo (6) com um tiro de fuzil no peito, que atravessou o seu corpo, durante operação policial na favela de Antares, na zona oeste da cidade. O advogado criminalista Nélio Andrade, que representa a família da vítima, disse que "é de uma grande irresponsabilidade enviar um repórter para esta guerra urbana, que vivemos no Rio com um equipamento deste tipo. A pessoa está completamente vulnerável com este tipo de equipamento". O advogado recebeu o colete usado pelo repórter de parentes do jornalista. Ele disse ainda que o colete seria entregue nesta segunda (7) à Divisão de Homicídios, encarregada do inquérito. Segundo o advogado, o colete apresenta sinais de desgaste. Algumas inscrições não podem ser lidas a olho nu, mas é possível verificar que a blindagem é 100% de polietileno. A placa da frente do colete que foi perfurada, apresenta data de 2003. Conforme especificações na parte interna do colete, o equipamento vence em outubro de 2013.

Autor O titular da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, disse que o autor do disparo que matou o cinegrafista pode estar entre os quatro mortos e os 11 suspeitos presos durante a operação na favela. Ele disse que a polícia está examinando as imagens feitas pelo cinegrafista e cedidas pela TV Bandeirantes, que são uma peça importante para identificar o autor do crime. "Acreditamos que as imagens são fundamentais para a identificação do autor do disparo que matou o jornalista". A ONG Rio de Paz prestou uma homenagem ao cinegrafista na areia da praia de Copacabana, em frente à Rua Princesa Isabel. Um cartaz diz: "Gelson Domingos, o tiro que acertou o seu peito, atingiu os nossos olhos".

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