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Semana passada, alta de tarifa incitou protestos no Rio de Janeiro | Fernando Frazão/Agência Brasil
Semana passada, alta de tarifa incitou protestos no Rio de Janeiro| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Num ano sem grandes eventos previamente agendados, os protestos convocados pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do transporte público não devem mobilizar tantas pessoas quanto em 2013, mas podem ganhar força, levando em consideração que pouco foi feito em termos de transporte e segurança pública. Analistas ouvidos pela reportagem também destacam que a crise econômica deve se refletir no bolso do brasileiro e pode impulsionar a adesão.

Em junho de 2013, milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra os mais diversos temas, e as manifestações ganharam força quando se somadas as críticas à da Copa do Mundo e ao processo eleitoral. Na época, diversos governadores e prefeitos voltaram atrás em relação ao aumento no valor das passagens. Em 2015, o panorama é distinto. "É um cenário diferente de 2013, quando a questão do aumento das passagens acabou capitaneando outros descontentamentos. Temos, agora, um contexto um pouco diferente, mas mesmo assim preocupante. Não houve melhora no transporte público e não tivemos nenhuma ação de segurança pública que mostrasse novo viés de resposta em relação a mobilizações comunitárias", destacou o coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, Robson Sávio Reis Souza, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Para ele, o tratamento do poder público a esses manifestantes é o que vai determinar o grau de adesão da população aos novos protestos.

O coordenador do Laboratório de Política e Governo da Unesp, Milton Lahuerta, lembra que o mês de janeiro é desfavorável para mobilizações, mas afirma que há campo para aumento da adesão. " Hoje, os governantes estarão mais firmes no reajuste por conta da crise econômica, que coloca uma necessidade de contenção de despesas para os governos. Acredito que os atos podem crescer. Será um ano de radicalização dos movimentos sociais e de muito conflito. Vai demandar de todos, governantes e militantes, lucidez para encaminhar as demandas e evitar que as coisas saiam de controle", disse Lahuerta.

O sociólogo e cientista político Rudá Ricci afirma que há uma liderança nessas manifestações diferente da de 2013. "Em São Paulo deve ter um aumento gradativo das ações porque é um cidade que resiste muito aos governos petistas. No Rio também, porque há um crescimento cada vez maior do PSOL, além de ações anarquistas e autonomistas. Mas o cenário é ruim para o governo porque a população vai sentir no bolso a crise econômica."

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