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A unificação das polícias é uma das saídas para melhorar a eficiência da segurança pública no país, segundo o sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Grupo de Estudos da Violência da Universidade Federal do Paraná. Para ele, o quadro atual é reflexo também da concorrência que sempre houve entre as polícias. Se­­gundo Bodê, quando se investe em polícia no Brasil, aplica-se mais na Polícia Militar, geralmente por circunstâncias políticas e por formas equivocadas de enxergar a segurança. "Duas polícias divididas não é algo eficaz administrativamente. Não é econômico. Em países desenvolvidos, essa divisão não existe", explica. Segundo ele, uma polícia integrada não demanda uma estrutura duplicada, por exemplo, o que reduz custos.

Na opinião do sociólogo, as polícias ocupam a mesma base territorial, o que gera concorrência entre elas. De acordo com Bodê, a legislação brasileira determina que a PM seja ostensiva e que a Polícia Civil investigue. No entanto, na prática, conforme ele, a PM tem investigado via serviço reservado (o chamado P2), contrariando a legislação e ocupando um espaço deixado pelo quadro defasado da Polícia Civil.

Estresse

Atualmente lotado na Dele­ga­cia de Homicídios (DH), o delegado Cristiano Augusto Quin­tas dos Santos sofreu na pele as dificuldades de responder por mais de uma delegacia. Em 2003, ele assumiu como titular da comarca de Enge­nheiro Beltrão. "Eu respondia por outras duas cidades, mas houve épocas em que cheguei a responder por oito cidades, de três comarcas diferentes", recorda.

Santos revela que as orientações eram repassadas por telefone ou por fax. Em casos imprescindíveis, como em flagrantes, ele tinha que se deslocar às pressas até a outra cidade. "Era um atendimento virtual. Tinha que estar em todos os lugares ao mesmo tempo, o que era impossível. A investigação praticamente não existia", aponta.

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