Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
concurso público

SP cobra atestado de virgindade de mulheres

Exigência faz parte da lista de exames médicos necessários às candidatas aprovadas em concurso da Secretaria Estadual de Educação

O governo de São Paulo obriga candidatas menores de 25 anos de idade, que não tiveram relações sexuais, a apresentar um atestado de virgindade, provando que não houve ruptura do hímen. A exigência faz parte da lista de exames médicos necessários aos aprovados no concurso para agente de organização escolar da Secretaria Estadual de Educação.

O governo federal condenou a medida, alegando que a mesma fere a Constituição. No edital do concurso, publicado em agosto de 2012, as candidatas são obrigadas a apresentar uma série de exames médicos conforme o sexo e a idade. A obrigatoriedade do exame himenal é aplicada às mulheres que se declarem virgens e que não quiserem se submeter a colposcopia e colpocitologia oncótica, exames ginecológicos exigidos em caso de detecção de células anormais no teste de papanicolau ou exame preventivo.

Casos como o de São Paulo já ocorreram em concursos públicos na Bahia e em Brasília, onde foram criticados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) é contra qualquer exigência que envolva a privacidade da mulher e reverta em preconceito e discriminação. Para a Secretaria, a mulher tem o direito de escolher se quer fazer um exame que em nada interferirá em sua vida profissional. Em nota, a Secretaria afirma que a exigência de exames ginecológicos em seleções e concursos é abusiva, pois "viola o princípio da dignidade da pessoa humana, consagrado no inciso III do artigo 1.º da Constituição Federal".

Errado

A assessoria do governo de São Paulo informou que é "absolutamente errado afirmar que é exigido à candidata a cargo público qualquer laudo, ou suposto ‘comprovante’". No entanto, admite a necessidade de apresentação de um "relatório" de um médico pessoal àquelas que ainda não tenham iniciado atividade sexual como alternativa ao exame. Diz ainda: "De toda forma, é sabido que a ciência sofre avanços ao longo dos anos e que podem caber reconsiderações. Há cerca de um ano, o Departamento de Perícias Médicas tem feito revisões constantes com o intuito de tornar a linguagem dos editais cada vez mais compreensível ao cidadão paulista".

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.