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Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

Começa a valer dia 19 a decisão da Justiça sobre a responsabilidade dos supermercados em encontrar alternativa ao uso de sacolas plásticas. Se a decisão não for cumprida, os empresários podem pagar multa por crime ambiental. Antes mesmo de a decisão valer e paralelo à corrida dos empresários para adequarem seus estabelecimentos, pequenas boas idéias têm dado uma amostra da nova concepção de consumo reponsável no estado.

Na Lapa, cidade histórica do interior do estado, duas microempresárias começaram a reparar no modo com que as pessoas compravam presentes em sua loja. "Observamos a neurose das pessoas para fazer presentes, comprar algo, sem levar em conta o valor afetivo do presente", comenta Melissa Moreira, uma das proprietárias.

Da constatação nasceu a idéia de um concurso cultural sobre a atitude de presentear e na premiação todos os 188 envolvidos, entre alunos e professores de um colégio, foram contemplados com sacolas permanentes, de jeans, para substituir as sacolas de compra. "Foi uma forma de presenteá-los e presentear também a mãe natureza", conta Isabel Moreira, uma das sócias.

Isabel faz as contas. Foram 188 sacolas distribuídas, que devem substituir pelo menos uma sacola por dia, o que significa, em um ano, 68.620 sacolas plásticas. "A Lapa já serviu de berço pra tanta coisa no estado, por que não fazer agora uma revolução a favor da natureza", questiona.

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, uma ONG ambientalista planeja produzir sacolas permanentes a preço de custo para incentivar a prática. "A idéia foi trazida de uma amiga que foi para a Alemanha e viu que lá já é comum não usar sacolas", conta Rogério Pereira, do Grupo Ecológico dos Campos Gerais.

Segundo Pereira, o grupo está pesquisando qual o melhor material e custo para produzir, em parceria com uma cooperativa de costureiras, uma sacola para carregar compras. "Vai ser uma iniciativa com benefício ambiental e social", diz Pereira.

Alternativa forçada

O promotor de Justiça Saint-Clair Honorato dos Santos, responsável pela ação que obriga os supermercados a buscarem alternativas às sacolas plásticas, explica que a proposta veio para solucionar o grande volume de lixo não-degradável nos aterros sanitários do Paraná. "Fizemos reuniões com os supermercadistas para chegar a uma alternativa para reduzir o volume de lixo nos aterros e chegamos a esta ação", comenta.

A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) estima que cerca de 80 milhões de sacolas sejam distribuídas aos consumidores por mês no estado. A alternativa mais adotada, segundo a Apras, foi a sacola oxibiodegradável, que recebe um aditivo para acelerar o processo de degradação do plástico, adotada por cerca de 35% do setor no Paraná.

Segundo Valmor Rovaris, superintendente da Apras, por não existir um consenso técnico sobre a eficiência da sacola oxibiodegradável, o órgão não aconselha o uso desta alternativa em específico, mas disse que as redes foram informadas da decisão da Justiça.

A gerente de compras Elisete Thiensen, do supermercado Pedroso, em Ponta Grossa, conta que a única unidade da empresa adotou a medida das oxibiodegradáveis, apesar do custo 12% maior, que não pretende repassar ao consumidor. "É um gasto que tem que ser feito. É um bem a natureza, um pequeno passo", opina.

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