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 | ATILA ALBERTI/TRIBUNA DO PARANA
| Foto: ATILA ALBERTI/TRIBUNA DO PARANA

A chuva que desabou sobre Curitiba no início da tarde desta quinta-feira (6) durou apenas 15 minutos, mas foi o suficiente para surpreender os curitibanos, principalmente, por causa do volume de granizo que se acumulou nas ruas e calçadas. Vias de alguns bairros, como Rebouças, Prado Velho e Água Verde, chegaram a ficar encobertas por uma camada de gelo, que resistia até o fim da tarde. Apesar de o fenômeno ter chamado a atenção, a cidade deve se preparar: vem mais por aí. Ainda em outubro, podem ocorrer outras tempestades de granizo.

“A primavera se caracteriza por ser uma estação seca e chuvosa. Nessa transição são comuns ocorrências de chuva, associadas ao granizo”, explicou o meteorologista Paulo Barbieri, do Simepar.

Sem atendimentos

Apesar da tempestade, a Defesa Civil não registrou pedidos de atendimento em equipamentos públicos ou privados. Na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Campo Comprido, houve problemas na calha, mas sem afetar equipamentos e atendimentos. Registrou-se pontos de alagamento nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) Curitiba, Vila Torres e Marechal Rondon, bem como na Casa de Passagem para Mulheres e LGBT, no Rebouças, e nas Unidades de Saúde Capanema e Ouvidor Pardinho.

O boletim climático do Simepar aponta que na primavera, com o aumento gradual das temperaturas, também se elevam as ocorrências de tempestades com raios, elementos que favorecem a queda de granizo.

Já o Climatempo destaca que as condições para chuvas fortes e volumosas, que favorecem a precipitação de granizo, devem ser ainda maiores na segunda quinzena de outubro.

“Até podemos ter chuva abaixo da normalidade no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Mas o Paraná vai ter, em outubro, mais chuva do que o normal”, afirmou o meteorologista Alexandre Nascimento, do Climatempo.

O granizo se forma em nuvens altas – de grande extensão vertical – chamadas cumulonimbus. Elas têm temperatura bem abaixo de zero (podendo chegar a -60ºC), por isso propiciam a formação das pedras de gelo. A precipitação, no entanto, é de difícil previsão, por isso o curitibano pode voltar a ser surpreendido. “Nós conseguimos prevê-las apenas no curtíssimo prazo. No máximo, uma hora e meia antes da ocorrência”, disse Lizandro Jacobsen, meteorologista do Simepar.

Ainda em outubro, o Paraná pode ficar sujeito à passagem de algumas massas de ar frio, o que pode fazer com que as temperaturas fiquem um pouco abaixo da média. Apesar disso, esses fenômenos, quando ocorrerem, não serão duradouros. “Pode ter ainda algum friozinho, mas nada que se estenda muito”, disse Nascimento.

O granizo de quinta-feira

A queda de granizo ocorreu em meio a uma forte pancada de chuva, pouco depois das 12h30 desta quinta-feira. Segundo o Simepar, em apenas 15 minutos, o volume de precipitação registrado atingiu os 15 milímetros – 10% do total de chuva previsto para o mês, que é de 150 milímetros. Trechos da Rua João Negrão, no Rebouças, chegaram a alagar, com uma espessa crosta de gelo boiando sobre a água.

No fim da tarde, funcionários da Cavo tiveram trabalho e usaram pás para remover as pedras. Enquanto isso, algumas pessoas aproveitaram a “paisagem” diferente para tirar fotos. Alguns, mais bem-humorados, colocaram garrafas de cerveja no gelo, para fazer os clicks. Nas redes sociais, muitos internautas questionaram se, de fato, o que caiu sobre Curitiba era granizo. Alguns chegaram a sugerir que seria neve, suposição que foi desmentida pelos meteorologistas.

“Era granizo. O que pode variar é o tamanho, mas o que ocorreu em Curitiba foi granizo, mas em um volume muito grande”, apontou o meteorologista do Simepar, Lizandro Jacobsen.

  • Granizo acumulado na região do Rebouças
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