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O suspeito de ter incendiado um ônibus no começo da manhã desta quarta-feira (24), na Avenida Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio de Janeiro, recebeu R$ 200 de traficantes da Vila Cruzeiro para praticar o crime, segundo informou o delegado Felipe Ettore, titular da Divisão de Homicídios, nesta tarde.

"O papel dele na ação era mandar o motorista e os passageiros do ônibus descerem", explicou Ettore.

Na delegacia, o homem, de 24 anos, confirmou ter recebido dinheiro para participar do ataque. "Eu trabalho em obras, mas estou desempregado. Minha mulher está grávida e eu acabei aceitando fazer esse serviço", tentou justificar o preso, que afirmou morar em Inhaúma, também no subúrbio. Ele foi preso em flagrante com uma pistola calibre 380, carregada.

Até o começo da tarde, ainda não havia sido concluída a verificação da ficha de antecedentes criminais do suspeito, para saber se ele já tem passagens pela polícia.

No momento da prisão, o suspeito estava com outros dois rapazes, que conseguiram fugir para o Morro do Juramento. Próximo ao ônibus incendiado, foi encontrada uma garrafa PET de dois litros, cheia de gasolina.

De acordo com o delegado, o suspeito será encaminhado para uma cela na Polinter, onde ficará à disposição da Justiça. "Ele vai ser enquadrado por associação para o tráfico, porte ilegal de arma e crime de incêndio. Somadas, as penas podem chegar a 20 anos de prisão", concluiu Ettore.

Dois veículos incendiados em Santa Cruz

Na manhã desta quarta, bombeiros do quartel de Santa Cruz foram acionados para conter um incêndio num ônibus na Rua Felipe Cardoso, próximo do conjunto Cesarão, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.

Logo em seguida, foram chamados também para conter o fogo que atinge uma van na Estrada Urucânia, no mesmo bairro. Bombeiros dizem que ainda não sabem se os incêndios foram provocados por criminosos. Também não há informações sobre feridos.

Mais ataques entre noite de terça (23) e madrugada de quarta (24)

Após 15 ataques entre a noite de terça-feira e a madrugada desta quarta-feira, a Polícia Militar informou que todo seu contingente está de prontidão. Segundo o relações públicas da PM, coronel Lima Castro, todos os policiais militares foram convocados e o expediente não tem horário de término.

"Toda a Polícia Militar está de prontidão. O esquema anterior era de redução de folgas, mas nesse momento todos os policiais que estavam em casa foram convocados e o expediente não tem hora para acabar", informou o coronel.

A Polícia Militar do Rio afirmou nesta manhã que a estratégia traçada inicialmente pelos órgãos de segurança pública não falhou.

"(A estratégia) Não falhou. Fizemos uma reunião no Quartel General, quando foram dadas novas ordens, mas a participação da comunidade é fundamental. Estamos trabalhando em cima de denúncias e checando informações. As tropas continuam nas ruas e daremos seqüência ao trabalho hoje. Vai ser feito uma reunião para que se verifique se os horários tem que ser trocados, policiais remanejados e definir esses locais. Já temos alguma coisa preparada desde ontem", disse o Relações Públicas da PM, coronel Lima Castro.

Cronologia dos ataques

Nesta quarta-feira, uma nova onda de ataques assusta os moradores da capital e Região Metropolitana do Rio. No subúrbio da cidade, um ônibus foi queimado em Vicente de Carvalho e um carro foi incendiado em Cavalcanti. Na Zona Oeste, um ônibus e uma van também ficaram em chamas em dois pontos distintos de Santa Cruz. A polícia ainda investiga se esses incêndios têm relação com os ataques.

Os novos ataques ocorreram em diferentes pontos do estado. Segundo a PM, os crimes aconteceram na Dutra; no Rio Comprido, na Zona Norte; no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste; em Belford Roxo e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; e em São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana.

Desde domingo (21), três cabines da Polícia Militar foram baleadas e aconteceram, no total, 22 ataques, com 23 veículos incendiados, sendo 15 nas últimas 24 horas. Outros dois veículos foram encontrados em chamas, mas a polícia ainda apura se há relação com os ataques. Os locais alvos de violência foram a Linha Vermelha, a Via Dutra, Irajá e Del Castilho, no subúrbio; Tijuca e Estácio, na Zona Norte; Laranjeiras e Lagoa, na Zona Sul.

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