
O excesso de peso no Brasil parou de crescer pela primeira vez em oito anos. É o que aponta pesquisa do Ministério da Saúde intitulada Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada ontem. Em 2013, 50,8% da população maior de 18 anos estava com sobrepeso, enquanto que, em 2012, o número era de 51%. Desde a primeira edição da pesquisa, em 2006, a média anual de crescimento dessa população era de 1,6%.
INFOGRÁFICO: Confira as mudanças na incidência de algumas doenças e costumes
"Estatisticamente é a mesma coisa, mas a redução do aumento está se consolidando", disse em entrevista coletiva o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa. O excesso de peso está relacionado ao desenvolvimento de várias doenças crônicas, como as cardiovasculares, que são as que mais matam no ocidente. É o que garante o médico cardiologista e vice-presidente do grupo de estudo de prevenção cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Dalton Précoma, que também leciona na Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Os indicadores de sobrepeso apresentados são maiores que os da China (25,4%) e Índia (11%), mas menores do que os registrados na Rússia (59,8%) e África do Sul (65,4%). Para reduzir essa incidência, Précoma diz que as pessoas devem atentar para sete fatores de risco: colesterol, fumo, diabetes, pressão alta, obesidade, estresse e sedentarismo, nessa ordem de importância.
Hábitos
O que contribuiu para o resultado da pesquisa foi o aumento da prática de exercícios físicos e uma mudança na alimentação. "Comer melhor, com mais atividade de lazer, é o que explica a consistência do dado de que a situação do excesso de peso do brasileiro está melhorando", conclui Barbosa.
Segundo o Ministério da Saúde, o número de pessoas que faziam atividade física no tempo livre pulou de 30,3% em 2009 para 33,8% ano passado. E o consumo recomendado de frutas e hortaliças cinco ou mais porções por dia, em cinco ou mais dias da semana aumentou 18% nos últimos oito anos, atingindo 23,6% de brasileiros em 2013.
Nesta edição do estudo, foi abordado pela primeira vez o hábito diário de substituir o almoço ou jantar por lanches de baixo valor nutritivo, como pizzas, sanduíches e salgados. O número de pessoas que adotam esse costume foi de 16,5%, sendo maior entre as mulheres (19,7%) do que entre os homens (12,6%).



