A utilização da inseminação artificial para fins conservacionistas de espécies ameaçadas de extinção é relativamente nova na indústria da biotecnologia. A reprodução induzida é usada em grande escala desde a década de 50 no setor primário da indústria alimentícia, sobretudo a pecuária. A técnica está bastante difundida em países com tradição no cultivo de gado e suíno, como forma de melhorar a qualidade genética. No Brasil, apesar dos avanços estima-se que apenas 6% dos rebanhos são inseminados artificialmente.
Para alguns historiadores, as primeiras experiências de inseminação aconteceram possivelmente no século 14. Os árabes costumavam coletar sêmen dos melhores garanhões para inseminar as éguas e assim selecionar os melhores animais para montaria. Não à toa, o puro sangue árabe é uma das raças mais badaladas. Já em 1779, o monge italiano Lazaro Spallanzani realizou o que seria o marco da inseminação artificial. Colheu sêmen de um cachorro e introduziu manualmente no aparelho reprodutor de uma cadela no cio. Dois meses depois ela pariu três filhotes.
Em 1948, os japoneses fizeram as primeiras experiências em suínos, sucesso repetido pelos ingleses um ano mais tarde. Nessa época, pesquisadores ingleses descobriram que o espermatozóide poderia ser conservado a baixas temperaturas, descoberta que popularizou a inseminação artificial. A prática cresceu na esteira da indústria da carne para consumo humano, mas há pouco mais de uma década começou a ser usada também para fins preservacionistas de espécies animais ameaçadas de extinção.
No início do mês nasceu na Tailândia um elefante concebido por inseminação artificial, experiência realizada com método parecido ao utilizado em Israel para engravidar 11 elefantas. Hoje a Tailândia tem menos de 4,5 mil desses paquidermes e a inseminação faz parte de um projeto para conservar essa população. A elefanta Phang Khod, de 24 anos, foi inseminada com esperma de um macho asiático de 15 anos, em junho de 2005. O filhote nasceu com 100 quilos. Em janeiro já havia nacido no zoológico de Budapeste, capital da Hungria, o primeiro rinoceronte do mundo inseminado artificialmente. A pequena rinoceronte nasceu pesando 58 quilos. (MK)



