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Segurança Pública em Curitiba

Telefones do Projeto Povo mudam, mas continuam com problemas

Carro do Projeto Povo em Curitiba; problema com celular persiste | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Carro do Projeto Povo em Curitiba; problema com celular persiste (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Levantamento recente nos telefones do Projeto Povo (Policiamento Ostensivo Volante) de Curitiba revela que o atendimento segue precário. A cada quatro chamadas, apenas uma apresentava o resultado prometido. Dos 78 telefones celulares, 35 atenderam, mas estavam locais distintos aos estabelecidos pelo projeto. Outros 22 aparelhos, ou 28%, não atenderam. O objetivo do projeto é tornar mais fácil e ágil o acesso da população com os policiais que fazem a ronda nos bairros.

Apesar dos números mostrarem dificuldades no contato inicial da polícia, há uma melhora em relação ao levantamento anterior realizado pela Gazeta do Povo em março. Na época, dos 71 telefones celulares do projeto Povo de Curitiba divulgados no site da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), apenas oito atenderam da maneira prevista, no carro da PM. As ligações foram feitas durante três dias úteis entre as 19 e 20 horas.

Após a reportagem, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) retirou os telefones do ar para atualização. Em entrevista dada no mês passado, o coordenador do Projeto Povo, Aramis Linhares Serpa, atribuiu o problema ao modelo de aparelho usado, que seria muito antigo. Afirmou que faria uma licitação para a aquisição de novos aparelhos, que deveria ser concluída até o dia 22 de abril. "Esse modelo [usado pelos policiais] é antigo, uma hora atende, outra não". Serpa não foi encontrado para comentar o novo levantamento.

Agora, constam 78 números referentes a bairros de Curitiba no site. Também estão publicados os telefones da região metropolitana da capital. Os telefones no interior do estado ainda não foram divulgados.

Ligação não pôde ser completada

A Polícia Militar argumentou que as chamadas do primeiro levantamento foram realizadas em horário de alta demanda, o que teria prejudicado o atendimento. A nova checagem, realizada entre os dias 26 de março e 6 de abril em dias de semana, dividiu aleatoriamente os 78 telefones em dois grupos de 39: um para chamadas no início da tarde, horário considerado de baixa demanda, e outro no mesmo horário do estudo anterior.

Os dois grupos têm resultados praticamente iguais. Em cada um dos horários, 11 telefonemas não foram atendidos. Em alguns casos, o resultado é até pior no horário considerado mais calmo pela PM. No início da tarde, 8 telefonemas chamaram até cair; no "rush", foram 6.

Fora da área de cobertura

A reportagem perguntou aos policiais que atenderam as 56 chamadas de onde estavam falando. Em apenas 21 dos casos, o telefone estava em carros dentro do bairro onde se pressupões que deveriam estar - os policiais que se negaram a responder foram contabilizados neste grupo.

Em 11 casos, os atendentes estavam nos carros, mas em bairros distintos aos que deveriam atender, segundo a relação oficial. Um policial que atendeu o telefone celular do Hauer , por exemplo, estava no Uberaba. Minutos depois, uma nova ligação foi realizada para o celular do Boqueirão e a mesma pessoa atendeu. "É que não tem viatura para atender os bairros", justificou o policial, que ainda estava no Uberaba.

Em outro caso, o celular do Bom Retiro foi atendido por um policial que disse estar no Pilarzinho e que era responsável também pelos bairros São Francisco, Bom Retiro e Bigorrilho.

Este número não existe

O levantamento voltou a constatar que grande parte dos celulares são usados como telefones fixos nas companhias: 24 estavam dos 78. O número é um pouco abaixo do levantamento anterior, quando 30 celulares foram achados nessa situação.

Nota emitida pela PM um dia depois da divulgação da primeira pesquisa afirma que o fato dos celulares estarem sendo usados dentro das sedes não é um erro. "As sedes regionais da Polícia Militar (companhias) estão estrategicamente localizadas em relação aos bairros que atendem".

Serpa, coordenador do projeto Povo, no entanto, afirmou que os telefones sempre devem ser usados no carro da polícia responsável pelo bairro, salvo que este esteja estragado, em entrevista no dia 18 de março.

A Polícia Militar se pronunciou por meio da seguinte nota, emitida nesta tarde: "O comandante do Policiamento da Capital (CPC), coronel Jorge Costa Filho esclarece que as informações envolvendo os celulares do Projeto Povo já chegaram ao comando da corporação. A partir de agora, será feito um levantamento pela Polícia Militar e, tão logo ele seja concluído, haverá um pronunciamento da PM". No início desta tarde, o Coronel Costa se recusou a comentar o caso.

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