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Em depoimento nesta quinta-feira (14), durante audiência sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, uma funcionária do sítio de Bruno disse que viu Eliza nas dependências do imóvel. A audiência é realizada no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. "Vi a Eliza poucas vezes e em todas, ela estava tranquila. Ela conversava com todos da casa. Quando eu não vi ela mais na casa, as pessoas disseram que ela tinha viajado", contou.

A testemunha, que foi arrolada pela acusação, afirmou que não viu nenhum machucado na cabeça de Eliza e que nunca recebeu nenhuma orientação dos patrões sobre a modelo. Sobre Dayanne Souza, a depoente alegou que viu a mulher de Bruno brincando com o filho de Eliza algumas vezes. A testemunha declarou também que não conhece Fernanda Gomes de Castro, namorada do goleiro e que também é ré no processo. Segundo ela, o goleiro sempre foi um bom patrão.

Na sequência, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues começou a ouvir um policial que recebeu a denúncia do desaparecimento de Eliza. Ele também é testemunha de acusação e presta depoimento na tarde desta quinta-feira (14) na presença dos réus.

Estão no Fórum de Contagem o goleiro Bruno Fernandes; Dayanne Souza; Fernanda Gomes de Castro; Luiz Henrique Romão, o Macarrão; Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Elenilson Vítor da Silva. Sérgio Rosa Sales, primo do jogador, foi dispensado a pedido do advogado Marco Antônio Siqueira. O defensor alega que o cliente está sendo assediado por outros advogados e pressionado a trocar de representante.

No início da audiência desta quinta-feira (14), a juíza informou que deve ouvir ainda hoje mais mais quatro testemunhas. Dentre elas estão os delegados Edson Moreira, Wagner Pinto, Alessandra Wilke e Ana Maria dos Santos. Além deles, faltam ser ouvidas mais sete testemunhas de defesa.

"Quaresma é um pai pra mim"

O goleiro Bruno inocentou o advogado de defesa dele, Ércio Quaresma, na noite desta quarta-feira (13), quando saía do Hospital Referência Municipal de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. "O Quaresma é um pai pra mim. Um pai que eu não tive", disse o goleiro. O atleta falou, ainda, que Quaresma não faz ameaças a ele e nem à sua família. A denúncia de ameça foi feita pela noiva e por amigos de Bruno ao Fantástico.

Audiências anteriores

Nesta quarta-feira (13), um caseiro do sítio do goleiro, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi o primeiro a responder às questões da juíza. Na sequência, a mulher dele começou a prestar depoimento que foi interrompido.

O Tribunal de Justiça disse, anteriormente, que a juíza iria ouvir quatro delegados da investigação sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, mas, no início da tarde de ontem, Marixa informou que os quatro delegados devem ser ouvidos nesta quinta (14), também no Fórum de Contagem.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, essas audiências estão sendo realizadas para que a juíza Marixa, de Contagem, tome conhecimento de todos os fatos do processo apresentado pelo Ministério Público e decida se os réus serão pronunciados ou não. De acordo com o TJMG, a magistrada pode decidir julgamentos diferentes para os acusados. Dessa forma, se houver uma decisão por um julgamento no Tribunal do Júri, pode ser que nem todos sejam julgados por este tribunal. E os crimes pelos quais os réus são acusados podem sofrer alterações no julgamento. O Tribunal de Justiça explicou que esta fase do processo não tem prazo definido.

Na entrada do fórum de Contagem, o advogado de Bruno, Ércio Quaresma, disse "eu não ameaço, eu faço", em referência à denúncia do Fantástico sobre possíveis ameaças que o defensor estaria fazendo ao goleiro Bruno e a amigos e familiares. A dentista Ingrid Oliveira, noiva do goleiro, disse que defensor orientou Bruno a tentar suicídio na cadeia. "Ele falou que teria sido orientado pelo advogado a cortar os pulsos pra ver se ele conseguiria algum tipo de regalia", contou.

O delegado Júlio Wilke, que participou das investigações, foi ouvido por mais de 13 horas na sexta-feira (8). Na mesma sessão, o adolescente envolvido no desaparecimento de Eliza Samudio também respondeu às perguntas da juíza Marixa. Em seu depoimento, o menor afirmou que o homem indicado como Bola pelo inquérito, e que está preso, não é o Bola que ele conhece. O adolescente ainda pediu desculpas por apontar o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos como o responsável pela morte de Eliza. O delegado Wilke disse, em seguida, que o menor indicou com detalhes a casa do ex-policial, em Vespasiano, e que o adolescente sabia até como eram os cômodos da casa.

Em Vespasiano, na quinta (7), nove testemunhas de defesa, que conhecem o ex-policial prestaram depoimento à juíza Ana Paula Lobo Pereira de Freitas. Todas foram unânimes ao dizerem que nunca viram o ex-policial Santos ser chamado de Bola.Em Ribeirão das Neves, na quarta (6), cinco testemunhas foram ouvidas. Na sessão, Bruno passou mal e precisou ser levado à Policlínica da cidade, e depois, para o Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, após desmaiar duas vezes.

Entenda o caso

O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.

O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responderá por dois crimes. Bola foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.

A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento. Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

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