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Curitiba

Testemunhas tentarão reconhecer atirador a partir de fotos de PMs

Segundo as investigações, homem que atirou em jovem fugiu em viatura da PM. Depoimentos contraditórios aumentam suspeitas de que autor do crime seja policial

Retrato-falado do atirador também foi divulgado pela polícia | Instituto de Identificação
Retrato-falado do atirador também foi divulgado pela polícia (Foto: Instituto de Identificação)

Pelo menos cinco pessoas que testemunharam uma tentativa de homicídio ocorrida na manhã de domingo (17), no bairro Novo Mundo, em Curitiba, tentarão identificar o atirador a partir de fotografias de policiais lotados no 13º Batalhão da Polícia Militar (PM). Em depoimentos oficiais, testemunhas relataram que, após atirar contra um jovem de 19 anos, o autor dos disparos fugiu em uma viatura daquela unidade policial.

A delegada Maritza Haisi, chefe da Delegacia de Homicídios (DH), disse que solicitou oficialmente ao comando da PM o envio do banco de imagens com as fotos dos policiais do 13º BPM. Assim que o material chegar à delegacia, as testemunhas serão convocadas a fazer o reconhecimento.

A polícia também divulgou, nesta quarta-feira (20), um retrato-falado do atirador. Elaborada pelo Instituto de Identificação com base em depoimento das testemunhas, a imagem mostra um homem branco, de cabelos bem curtos.

Depoimentos contraditórios

A partir da numeração da viatura, a DH identificou os policiais militares que atenderam a ocorrência. Os dois soldados já foram ouvidos e, segundo a delegada, o depoimento foi marcado por contradições.

Oficialmente, os PMs relataram que chegaram a abordar o grupo em que o jovem atingido estava, instantes antes da tentativa de homicídio. Em seguida, a viatura teria recebido um comunicado para atender uma ocorrência no bairro Xaxim. "Os policiais militares relataram que após irem ao Xaxim, retornavam ao Novo Mundo, quando teriam ouvido os disparos", contou a delegada.

Em depoimento, os PMs disseram que arrancaram com a viatura, perseguindo o atirador que teria fugido em uma motocicleta. Nenhuma das testemunhas, no entanto, mencionou o uso de moto pelo autor do crime. "As pessoas ouvidas disseram que a viatura saiu com a sirene e giroflex desligados. Os policiais militares não souberam explicar porque, se estavam em perseguição, não ligaram esses aparelhos, como recomenda o protocolo da PM", pontuou Maritza.

A DH e o Instituto de Criminalística (IC) fizeram, ainda, uma reconstituição do trajeto adotado pela viatura antes do crime. Segundo a delegada, o tempo relatado pelos policiais não bate com o que seria necessário para ir e voltar ao Xaxim, como os PMs afirmaram ter feito.

O caso

O jovem de 19 anos foi atingido por dois tiros na cabeça na manhã de 19 de abril, no bairro Novo Mundo. Segundo a polícia, ele estava em um grupo de pessoas, quando o atirador chegou e efetuou os disparos. A DH informou que a vítima estava fora de perigo, mas ainda está hospitalizada e teve um dos olhos perfurados.

Testemunhas relataram que o homem que atirou usava roupas civis – chinelos, bermuda e camiseta –, mas após atirar contra a vítima teria entrado na viatura da PM e os policiais teriam retirado o atirador do local.

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