• Carregando...
A transformação do trecho urbano da BR-116 começou em 2007 | Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
A transformação do trecho urbano da BR-116 começou em 2007| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

Demanda

Shoppings não demonstraram interesse por Cepacs, diz Scatolin

Além do valor maior, o baixo interesse de três novos ­­shoppings que querem se instalar no entorno da Linha Verde (Jockey Plaza, Atuba e Park Shopping Boulevard) em comprar os papeis também marcou esse segundo leilão de Cepacs. No primeiro leilão, algumas fontes dizem que os investidores do Jockey Plaza – empreendimento que deve ser erguido no Tarum㠖 compraram 80% dos papeis negociados.

De acordo com Fábio Scatolin, nesse segundo leilão, nenhum dos shoppings concretizou suas demandas por Cepacs. "Mas em algum momento eles deverão tomar a decisão se vão investir ou não nos títulos".

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Shopping Atuba informou que os responsáveis pelo shopping compraram, sim, papéis nesse segundo leilão e que a licença de instalação do empreendimento está em fase final. A assessoria não informou, porém, quantos títulos foram negociados. Além do Jockey Plaza e do Atuba, a região da Linha Verde também deverá ganhar o Park Shopping Boulevard – no Xaxim.

Mudanças

Apesar do otimismo, o secretário municipal de Planejamento não descarta eventuais alterações nas regras do Cepac da Operação Consorciada da Linha verde. "Não [é] que haverá mudança. Mas vamos discutir o assunto porque há setores que não concordam com a regra que foi feita quatro anos atrás. Então precisamos avaliar", diz Scatolin.

Apontadas inicialmente como uma das principais fontes de recursos para o pacote de obras da Linha Verde, principalmente no trecho norte, as negociações dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac) já não são tão determinantes assim para a conclusão da via que corta 22 bairros de Curitiba.

De acordo com o secretário municipal do Planejamento, Fábio Scatolin, a inclusão do trecho urbano da BR-116 no PAC Mobilidade Urbana, que trará mais R$ 268,5 milhões via financiamento federal para as intervenções no local, fez com que o valor arrecadado com os títulos virasse apenas um complemento no projeto.

"O objetivo desse leilão, basicamente, é complementar a Linha Verde. Estamos com quase R$ 300 milhões do governo federal pra aplicar nessa via. Atualmente, a restrição maior não é arrecadar dinheiro [com os leilões] e sim dar liquidez aos pequenos empreendedores que fizeram seus empreendimentos na região", afirmou o secretário.

Até o momento, já foram comercializados R$ 34,7 milhões desses títulos na Bolsa de Valores de São Paulo – 77% desse valor no primeiro leilão. O da última quinta-feira vendeu menos de 20% dos títulos ofertados e rendeu R$ 6,4 milhões. A expectativa inicial era de que a ferramenta rendesse ao todo R$ 1,2 bilhão aos cofres municipais – quantia que dependerá de novos leilões. Ainda não há uma data para o próximo leilão.

O preço do segundo leilão partiu de R$ 325, contra R$ 200 de valor inicial do primeiro. Para o economista Fábio Tadeu Araújo, da Brain Consultoria, isso explica a baixa procura. "A principal explicação para esse fracasso é o preço. O valor do primeiro leilão já era alto para o padrão de empreendimentos que devem se instalar na Linha Verde. Além disso, se o mercado imobiliário tivesse tido um aumento como esse dos Cepacs, o mundo teria vindo abaixo", argumentou.

Scatolin, entretanto, vê a operação como algo para médio e longo prazos. "O projeto do Cepacs é para daqui 20 anos e quase R$ 7 milhões arrecadados não é pouco. Os leilões da Operação Água Espraiada de São Paulo também oscilaram e somente depois do quinto ou sexto é que eles começaram a ter a demanda esperada."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]