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Grito da Terra em Curitiba

Trabalhadores rurais conquistam garantias para a próxima safra

Atualizado em 23/08/2006 às 18h24

Três comissões de agricultores conseguiram conquistas importantes para os trabalhadores rurais paranaenses em reuniões e encontros em Curitiba durante a 12.ª edição do Grito da Terra, realizado nesta quarta-feira (23). Junto ao governo do Paraná, os trabalhadores conseguiram garantias para a próxima safra, enquanto na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) o pedido para uma melhor fiscalização no trabalho assalariado e informal no campo foi acatado. Na sede do Incra, a comissão da categoria também foi recebida e manteve aberto o diálogo em torno da reforma agrária.

O Grito da Terra, organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), reuniu cerca de 1,5 mil trabalhadores rurais de todo o estado em Curitiba. A concentração aconteceu na Praça 29 de Março, no bairro Mercês, de onde os agricultores seguiram em direção ao Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense. Por volta das 11h, uma comissão foi recebida pelo governador Roberto Requião e por uma parte do secretariado.

De acordo com o presidente da Fetaep, Ademir Mueller, a reunião foi positiva. "Não conseguimos tudo que queríamos, mas negociamos. O governador nos garantiu o repasse de R$ 11 milhões para a safra 2006/07, além de mais R$ 220 milhões que virão pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)", afirmou Mueller. Ainda de acordo com o presidente do órgão, o governo estadual se comprometeu a aumentar o efetivo de técnicos agrícolas da Emater e de outros organismos de auxílio ao pequeno e médio produtor. "Acredito que mais 520 técnicos serão contratados por meio de concurso nos próximos meses", complementou.

Boa vontade

À tarde, na sede da DRT em Curitiba, uma outra comissão da Fetaep foi destacada para se reunir com a direção da delegacia. Segundo o Antônio Zarantonello, vice-presidente da Fetaep e diretor de políticas sociais e de assalariados rurais, o encontro demonstrou boa vontade de ambos os lados, apesar da situação ainda complicada em que os trabalhadores rurais se encontram. "Temos mais de 420 mil assalariados no campo, e 65% deles trabalham informalmente. Isso não dá qualquer garantia ao trabalhador, e incentiva a migração rural, o que desemboca no trabalho escravo", comentou Zarantonello. A DRT informou ter conhecimento da situação, e que vai trabalhar em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público para melhorar a fiscalização.

Incra

Em seguida, os agricultores foram recebidos por representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Porém, nessa reunião não houve novidades. "Sabemos que a questão da reforma agrária é complicada, por isso já esperávamos esse resultado. No Paraná é difícil encontrar áreas improdutivas, e o assentamento de famílias depende muito da sinalização dos proprietários dessas poucas áreas em desuso, para então o Incra entrar em ação", assegurou o diretor de política agrícola e agrária da Fetaep, Mário Plefk. Apesar disso, ele vê de forma positiva o encontro. "Mantivemos o canal de conversações aberto, e acredito que teremos uma nova reunião nas próximas semanas", finalizou.

Veja em vídeo como foi a caminhada dos trabalhadores pelas ruas de Curitiba

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