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Policial vistoria o local onde o ônibus foi atacado. O incêndio, no entanto, não foi grave | Fernando Souza/Agência O Dia
Policial vistoria o local onde o ônibus foi atacado. O incêndio, no entanto, não foi grave| Foto: Fernando Souza/Agência O Dia

Apesar do reforço do policiamento, o tráfico voltou a atacar nas ruas de Copacabana, no Rio. Dois homens em um carro jogaram ontem uma bomba artesanal contra o ônibus da linha 455 (Méier-Copacabana). A suspeita é que a ação atribuída a traficantes dos morros Pavão-Pavãozinho e Can­­tagalo tenha sido mais uma represália con­­tra a futura instalação da Uni­­dade de Polícia Pacificadora (UPP) da Polícia Militar nas favelas para coibir o tráfico e uso de armas.

O veículo, cujo ponto final fica perto do local do ataque, não transportava passageiros. O motorista desceu e, com um extintor de incêndio, debelou o fogo. Apenas uma lanterna dianteira foi avariada, mas o estrondo levou pânico aos moradores do bairro.

Na terça-feira, outro ônibus foi in­­cendiado na Avenida Nossa Se­­nhora de Copacabana. Ninguém ficou ferido nos dois atentados. "Ouvi um barulho parecido com um tiro de canhão e corri. Não sou contra a pacificação da favela, mas é preciso garantir a segurança de quem mora no asfalto. Foi o se­­gundo ataque em dois dias. É assustador", disse ontem o operador de turismo Sílvio Rangel.

Bope

Policiais do Batalhão de Opera­­ções Especiais (Bope) apreenderam ontem pela manhã, no Morro do Cantagalo, quatro granadas, sete carregadores, uma bala calibre ponto 50, um radiotransmissor, um carimbo com a inscrição "Barack Obama PPG (Pavão-Pavãozinho Galo)", além de farta munição para fuzil, escopeta e carabina. Florisvaldo dos Santos Cardoso, 31 anos, que cumpria pena em regime semiaberto por roubo, foi detido porque tinha tatuado no braço direito o nome da facção criminosa que dominava a favela, o Comando Vermelho.

No asfalto, a PM levou oito me­­nores suspeitos para a 13.ª Dele­­gacia de Polícia de Copacabana. A Polícia Civil divulgou imagens feitas pelas câmeras do supermercado Zona Sul, que mostram o momento em que um rapaz de camisa e bermuda escuras com um boné azul incendeia, em menos de um minuto, um ônibus vazio, na tarde de terça. Segundo testemunhas, o pé direito dele chegou a ser atingido pelas chamas. Ninguém ficou ferido. Pouco depois do atentado contra o ônibus, policiais militares do 23.º BPM prenderam um homem com dois menores em Ipanema. Eles estavam com uma granada e quatro litros de gasolina.

Policiais do Bope afirmaram que os traficantes estariam em trechos isolados da mata que cerca as favelas e com dificuldades para obter alimentação e água. Segundo eles, os atentados visam deslocar os policiais para o asfalto e facilitar a fuga da quadrilha. "Ainda há armas e marginais escondidos nessas comunidades e a PM não irá recuar. Essas ações mostram o desespero do tráfico. A população nos ajuda com informações, como no caso das cinco armas apreendidas ontem (terça)", declarou o porta-voz da PM, capitão Ivan Blaz. Desde o início da ocupação, um traficante foi morto e cinco presos.

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