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Enchente

“Tragédia igual só vi no Haiti”, diz Jobim

Ministro da Defesa sobrevoou áreas atingidas pela inundação em Pernambuco. Número de mortos no desastre subiu para 45

Homens retiram terra e entulho de escola destruída em Branquinho (AL): devastação foi comparada aos estragos causados pelo terremoto do Haiti | Evaristo Sá/AFP
Homens retiram terra e entulho de escola destruída em Branquinho (AL): devastação foi comparada aos estragos causados pelo terremoto do Haiti (Foto: Evaristo Sá/AFP)

A devastação causada pelas enchentes em Alagoas e Per­­nambuco foi comparada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, aos danos do terremoto que atingiu o Haiti em janeiro deste ano. Jobim sobrevoou ontem municípios de Pernambuco arrasados pela chuva. O número de mortos na tragédia subiu para 45 com a localização de mais quatro vítimas nas cidades pernambucanas de Vitória de Santo Antão, Barreiros e Água Preta. Nos dois estados, 154 mil pessoas perderam ou estão fora de suas casas. Além disso, 607 estão desaparecidas em Alagoas.

A pedido do presidente Lula, que deve visitar os estados, foi montado um gabinete de crise para prestar assistência às vítimas e aos municípios. O governo de Pernambuco estima que serão necessários R$ 730 milhões para reconstruir cidades e infraestruturas como estradas, unidades de saúde, escolas e redes de água.

Segundo o ministro, será necessário coordenar as estratégias para evitar problemas posteriores, como a má distribuição de donativos e o atraso das obras de reconstrução. "Houve uma precipitação de água inacreditável em termos de derrubadas de pontes, casas, principalmente perto dos rios. Temos de intensificar as ações e supervisioná-las. O que temos de fazer neste momento é trabalhar na administração da solidariedade", afirmou o ministro.

O governo federal estabeleceu um plano de metas para ajudar no suporte às vítimas e na reconstrução das cidades. De acordo com Jobim, a prioridade no momento é o atendimento à população. Para isso, o Ministério da Defesa e o Exército montaram um esquema de logística. "Primeiro, devemos rastrear os locais indicados para localizar os desaparecidos. O próximo passo é a remoção das pes­­soas isoladas. Para isso, devem ser preparadas habitações provisórias, como espaços coletivos e barracas, com distribuição de alimentos de consumo imediato", disse.

Cerca de mil militares já estão trabalhando em Pernambuco, e pouco mais de 300 em Alagoas. "Vamos colocar à disposição toda a estrutura de logística e de trabalho das Forças Armadas. O problema não é a quantidade [de militares], mas ter uma grande estrutura de coordenação nos níveis esta­­duais, municipais e federal", afirmou o ministro.

De acordo com o major-brigadeiro Hélio Paes de Barros Júnior, um hospital de campanha do Exército chegou ontem a Recife e foi instalado no município de Barreiros, um dos mais afetados. "O hospital começou a funcionar hoje [ontem] com uma perspectiva de 400 atendimentos diários e nós esperamos que a população da região seja mais bem atendida. Con­­tamos com 40 profissionais de saúde", disse.

Obras emergenciais

O Ministério dos Transportes aprovou a liberação de R$ 72 milhões para a realização de obras emergenciais para recuperar estradas e pontes afetadas pelas chuvas nos Estados de Pernambuco e Alagoas.

Ainda na BR-101, em Alagoas, a cabeceira de duas pontes sobre o Rio Mundaú ruiu, devido à força das águas. O tráfego está interrompido, com desvio pela BR-316/AL. Há problema ainda na divisa entre os estados, onde outra ponte da BR-101, sobre o Rio Jacuípe, está com a cabeceira comprometida, devido ao processo erosivo decorrente das chuvas.

O ministério afirmou ainda que vai oferecer duas pontes móveis – uma de 40 metros e outra de 60 metros – que serão decompostas em módulos de 10 metros para atendimento às demandas locais, sob responsabilidade do Exército. Essas pontes devem ajudar o acesso para as cidades afetadas.

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