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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quinta-feira (16) que já há transmissão sustentada da nova gripe no Brasil. Isso significa que o vírus circula de forma constante e ininterrupta no país.

De acordo com o ministério, além das pessoas que se infectaram no exterior e as que tiveram contato com elas, há outras sem vínculos com esses grupos que pegaram a doença. Temporão confirmou também que o número de mortes pela doença no país chega a 11.

O primeiro caso confirmado de transmissão sustentada foi a de um homem que morreu no último dia 30 de junho em São Paulo. Somente nesta quinta-feira, a Secretaria de Saúde de SP confirmou que não havia nenhum vínculo desta pessoa com alguém que veio do exterior.

"Esse era um fenômeno esperado de transmissão, especialmente no vírus influenza," disse o ministro. O Brasil é o oitavo país que confirma a transmissão sustentada.

Na quarta (16), o ministério confirmou 1.175 casos da nova gripe e a transmissão ainda era considerada limitada. Apesar da mudança, o ministro da Saúde garantiu que "o momento é um momento de tranquilidade."

Cuidados

A situação do Rio Grande do Sul é a que vem inspirando "mais cuidados" das autoridades, disse Temporão. Uma equipe do ministério está seguindo para o estado e mais mil tratamentos estão sendo enviados para o RS.

"Todas as ações que o Brasil tem tomado sao baseadas em recomendações da OMS e em evidencias científicas", disse.

Quem tiver sintomas de gripe, segundo o ministro, deve procurar o posto de saúde ou seu médico de confiança. Temporão garantiu que serão tratados "todos, de qualquer idade, com doença respiratória aguda caracterizada por febre elevada, acompanhada de tosse ou dor de garganta e falta de ar ou vários sinais e sintomas descritos no protocolo do Ministério".

De acordo com Temporão, a partir de agora as pessoas precisam ficar mais atentas aos sintomas da gripe.

"O cenário agora exige que se fique mais atento a dores no corpo febre alta e problemas respiratórios. Nada de se automedicar ou tomar chá. É preciso procurar um médico. Além disso, é importante seguir a recomendação de lavar as mãos muitas vezes ao dia e evitar compartilhar copos, talheres, toalhas", afirmou o ministro

Na próxima semana, o ministério recebe 50 mil de 800 mil doses novas do oseltamivir, medicamento utilizado no combate à nova gripe. Segundo o ministro, há estoques suficientes de medicamentos.

Para reforçar a rede de atendimento, o ministério está adquirindo 160 kits compostos por um respirador e um monitor, que serão distribuídos aos centros de referência.

Vacina Um especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quinta que até o início de setembro devem estar disponíveis as primeiras doses da vacina contra a A(H1N1).

"A vacina é um assunto que está sendo posto para combate a uma eventual segunda onda da gripe", disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do mininstério, Reinaldo Guimarães.

Segundo ele, há dois problemas imediatos: a capacidade de produção dos laboratórios e o "rendimento" do vírus - quanto cada vírus rende de vacina. De acordo com Guimarães, essa não será uma vacina" barata.

Novas mortes

As Secretarias de Saúde dos municípios de Passo Fundo e Santa Maria, no Rio Grande do Sul, confirmaram, nesta quinta-feira (16), a morte de mais quatro pessoas devido à nova gripe. A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul não confirma a informação. O secretário Osmar Terra deve falar sobre o assunto ainda nesta tarde. Em todo o país, já são 11 casos confirmados.

Segundo a secretaria de Passo Fundo, as duas mortes contabilizadas nesta quinta são de adultos. No total, três mortes foram confirmadas na cidade. A outra vítima foi um caminhoneiro de 29 anos, de Erechim (RS), que foi considerado como a primeira morte do país. Ele teria sido contaminado na Argentina e estava internado no município.

O secretário de Saúde de Santa Maria, José Haidar Farret, disse que dois homens, de 26 anos e 31 anos, que estavam internados no Hospital Universitário, morreram. Os óbitos foram registrados na madrugada da última segunda-feira (13) e na semana passada, respectivamente. Os exames que confirmaram o diagnóstico, feitos pela Fiocruz, chegaram nesta quinta-feira (16).

De acordo com Farret, o paciente de 26 anos trabalhava como vigilante em uma boate e teria informado que viajou para o Uruguai. A mãe dele, entretanto, teria negado essa informação. A outra vítima seria um funcionário do hospital.

Na manhã desta quinta, a Prefeitura de Uruguaiana, também no Rio Grande do Sul, confirmou uma morte por causa da mesma doença. Um caminhoneiro de 35 anos morreu nesta madrugada, na Santa Casa da cidade.

Também nesta quinta, foram confirmados mais dois casos, em Osasco (SP) e no Rio de Janeiro.

Outros casos

A primeira vítima da doença no Brasil foi o caminhoneiro que estava internado em Passo Fundo, que morreu em 28 de junho. Na última sexta-feira (10), foi confirmada a morte de uma menina moradora de Osasco, em São Paulo. A terceira morte foi anunciada na segunda-feira (13): um menino de 9 anos, morador da cidade de Sapucaia do Sul (RS). Ele morreu em 5 de julho, em Porto Alegre, mas o resultado da análise laboratorial que confirma a contaminação só saiu na segunda-feira (13). Em São Paulo, a segunda morte no estado foi confirmada na terça-feira (14). Trata-se de um homem de 28 anos, que passou a apresentar febre, dor de cabeça, náusea, vômito, tosse e congestão nasal em 1º de julho, no Hospital de Clínicas de Botucatu. Ele procurou o serviço médico no sábado, 4 de julho, quando foi internado. No dia 7, o quadro clínico se agravou e ele morreu três dias depois, na sexta-feira.

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