Wesley Rodrigo Vidal, 14 anos, Ivoney Júnior, 17, Lucas Gonçalves dos Santos,17 e Renato Teixeira Gomes,16, se conheceram no colégio, mais precisamente na sétima série, etapa em que est estudam atualmente. Eles fazem parte da estatística dos 30,26% dos jovens paranaenses que estão atrasados na escola. Wesley reprovou na sexta série e ainda tem chances de continuar os estudos com apenas um ano de atraso. Mas Ivoney, Lucas e Renato poderiam já freqüentar as salas do ensino médio. Não foi o que aconteceu.
Ivoney reprovou porque trabalha, tem uma rotina difícil e problemas em casa. "Tenho quatro irmãos e ajudo a cuidar deles. Teve uma época em que minha família se mudou várias vezes de endereço, isto dificultou meus estudos", diz. Lucas reprovou, como ele mesmo afirma, por falta de interesse. "Fui na onda da turma do fundão." Já Renato abandonou os estudos quando precisou ir com a mãe para a Bahia, onde ela foi operada. "Lá o estudo era fraco, por isso fiquei sem estudar. Hoje, estou aqui por causa de minha mãe, o sonho dela é ver eu me formar."
Os quatro pretendem finalizar os estudos no ensino médio, porque vestibular e universidade são muito distantes da realidade deles, como definem: "Não temos dinheiro."
A escola onde estudam criou uma série especial para receber jovens desperiodizados. "Foi um desafio colocá-los na mesma turma, mas os professores entenderam a proposta. Ao menos, não vão se sentir mau porque não precisam ficar numa turma com alunos menores. É um projeto pedagógico diferenciado para tentar resgatá-los", afirma o diretor da Escola Estadual Nirlei Medeiros, Elson Ribeiro.



