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Um dispositivo que transforma pistolas em metralhadoras, capaz de disparar até sete tiros por segundo, vem ganhando espaço no mundo do crime. Reportagem do Fantástico, da Rede Globo, revelou neste domingo que investigações da polícia apontam que policiais já foram mortos por bandidos que usavam esse tipo de kit. Um deles pode ter sido o soldado Caio César de Melo, morto numa troca de tiros no Complexo do Alemão. Além de PM, Caio era dublador de filmes, como Harry Potter.

“Nós temos a suspeita de que o policial Caio foi morto por uma pistola com um adaptador. A arma, que deveria dar 15, 16, 17 tiros, com esse adaptador passa a sua capacidade bélica letal para 90 tiros”, diz o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

O acessório principal do kit é fabricado nos EUA, mas o dispositivo chega contrabandeado via Paraguai. O Fantástico foi ao país vizinho numa tentativa de negociar a compra do kit.

A primeira tentativa de aquisição do material foi na cidade de Santa Rita, que fica a 70 quilômetros de Cidade do Leste. De acordo com a Secretaria de Segurança do Rio, a maior parte das 11 mil pistolas apreendidas no estado nos últimos quatro anos vem de uma única loja de caça e pesca da cidade paraguaia.

R$ 6.500

O dono da loja, que é brasileiro, confirmou que a procura por armas e pelo kit é grande. Disse que só um dos fornecedores ainda têm unidades para vender. Após o Fantástico insistir, o vendedor dá a dica de onde comprar na hora.

“Tem que olhar por lá, nas lojas de Cidade do Leste”, orienta o vendedor.

De fato, em Cidade do Leste quase todas as lojas têm o kit. Um vendedor mostra o equipamento, para imediata aquisição. E informa o valor: R$ 4.150. A pistola e o kit, juntos, saem a R$ 6.500. Apenas 13% do valor de um fuzil, que chega a custar R$ 50 mil no mercado paralelo.

A peça, criada para a prática de tiro esportivo, tem o uso e a venda no Brasil controlados pelo Exército. Em nota, o Exército informou que a importação atualmente não é autorizada. Afirmou ainda que o contrabando é de responsabilidade dos órgãos se segurança pública.

“Há de se ter uma grande conversa, um grande entendimento sobre a abordagem de fronteira. Eu reconheço que não é um problema de fácil solução. É um problema complexo, imenso. A fronteira é imensa, mas eu vejo isso como uma questão de soberania nacional”, afirmou Beltrame.

A Polícia Federal disse que não poderia comentar o assunto.

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