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Rede pública

Para contornar uma possível falta de vacinas, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) receberá 300 mil doses a mais neste ano. Até o início da campanha, o Paraná receberá todas as vacinas encomendadas pelo Ministério da Saúde. Porém, em razão das logísticas de transporte e armazenamento, não é possível enviar de uma só vez todas as doses destinadas a cada posto e unidade de saúde. "Muitas unidades não têm espaço suficiente para armazenar todas as doses de que precisam. Por isso, conforme os dias da campanha passam, a secretaria despacha novas doses para todos os pontos de vacinação", destaca a assessoria de imprensa da Sesa.

A procura pela vacina contra a gripe mal começou e alguns postos privados já não têm doses disponíveis. A alegação das clínicas particulares do Paraná consultadas pela Gazeta do Povo é de que a capacidade de fabricação dos grandes laboratórios mundiais não acompanha a crescente demanda nacional. Há ainda a suspeita de que algumas distribuidoras provocam o desabastecimento para vender lotes de vacinas a "preço de ouro" – até três vezes mais caras.

INFOGRÁFICO: Confira os detalhes da vacinação

Em 2009, com a pandemia da gripe H1N1, o valor da dose variava de R$ 50 a R$ 70. Desde então, aumentos seguidos totalizaram alta de até 70% em cinco anos – contra a inflação acumulada do mesmo período de 33,52%, segundo o IPCA. No ano passado e neste ano, o preço se manteve em R$ 85.

Acusações

"Além disso, quando as vacinas chegam ao Brasil, os laboratórios procuram dar prioridade a empresas e outras distribuidoras. Ano passado, por exemplo, fizemos encomendas de vacinas para alguns laboratórios, mas não recebemos. Chegamos a ficar de 15 a 20 dias sem doses", confidencia o sócio-proprietário de um dos principais postos particulares de vacinação de Curitiba.

O responsável por uma das distribuidoras de vacinas acusadas de cobrar preços abusivos afirma que as farmacêuticas reduziram em até 80% a entrega das doses. "Com isso, eu sou obrigado a aumentar o preço das vacinas para manter a taxa de lucro da qual dependo", comenta, destacando que, neste momento, tem em estoque apenas 25 mil doses.

Três grandes laboratórios farmacêuticos produzem vacinas contra gripe: a britânica GlaxoSmithKline (GSK), a francesa Sanofi-Aventis e a suíça Novartis. A GSK informa que tem ampliado a quantidade de doses. A Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da Sanofi-Aventis, disse que, em 2014, vai empreender esforços para disponibilizar uma quantidade 30% superior em relação aos volumes fornecidos em 2013 ao mercado privado. A Novartis declara que todos os anos traz vacinas para o Brasil sem fazer nenhum tipo de distinção.

Com causa

Para o promotor Maxi­­­miliano Deliberador, da Defesa do Consumidor de Curitiba, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) só pode investigar o caso se houver aumento expressivo sem causa, como manda a lei. "Só seria possível provar esse aumento abusivo comparando as notas fiscais de diferentes anos", destaca. Ainda segundo o promotor, no caso da queda das margens de lucro de distribuidoras e clínicas, o MP não tem poder de ação.

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