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Se tudo ocorrer bem, até o fim do ano devemos começar a construção dessas repúblicas. O serviço público precisa ser atraente para quem está na rua | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Se tudo ocorrer bem, até o fim do ano devemos começar a construção dessas repúblicas. O serviço público precisa ser atraente para quem está na rua| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Em Curitiba, há cinco vezes mais pessoas vivendo nas ruas do que vagas em albergues. Esse é o cenário encontrado por Márcia Fruet, nova secretária da Fundação de Ação Social (FAS). Ela diz que a atual gestão municipal dará dignidade e autonomia a essa parcela da população. Além de ampliar as vagas em albergues, a primeira-dama pretende criar espécies de repúblicas como alternativa ao atual modelo de abrigo. Veja entrevista.

A prefeitura tem vagas em abrigos em quantidade suficiente para atender à demanda?

De acordo com dados do próprio movimento [Movimento Nacional das Pessoas em Situação de Rua], hoje temos quase 3 mil pessoas nessa situação. Atualmente, temos quase 600 vagas – o que é insuficiente.

A prefeitura pretende ampliar esse quadro?

O Resgate Social, na [Rua] Conselheiro Laurindo, tem 300 vagas – o que é irregular. O máximo preconizado é de 50 pessoas por abrigo. Estamos procurando imóveis que sejam próximos da FAS, já que a população de rua se concentra no centro, e também faremos um chamamento público. A ideia é ampliar, mas ainda não temos um número de vagas definido. Mas o que mais precisamos é qualificar essas vagas.

De que forma a senhora pretende fazer isso?

Queremos dar autonomia e dignidade a essas pessoas. Para aqueles que têm empregos, mesmo que sejam subempregos como guardadores de carro e coletores de material reciclado, queremos construir repúblicas, com recursos do Ministério das Cidades. Seria um estágio anterior ao do aluguel social, para que eles possam dar continuidade a suas vidas.

Esse projeto deve ser realizado ainda em 2013?

Pretendemos levar o projeto ao Ministério das Cidades até o meio do ano. Se tudo ocorrer bem, até o fim do ano devemos começar a construção dessas repúblicas. O serviço público precisa ser atraente para quem está na rua, dando qualificação para o mundo do trabalho e para que as pessoas saiam das drogas.

Em único fim de semana de fevereiro, três pessoas foram vítimas de violência. Em comum, a suspeita de que eram moradores de rua. Como a senhora vê essas agressões?

Vejo com tristeza. O rapaz que teve o corpo queimado [um homem foi encontrado com 53% do corpo queimado no Centro Cívico] foi levado para um de nossos abrigos. Além de ser uma questão de segurança pública, nossa estrutura pode ajudar a diminuir esses números.

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