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Boa parte da água que inundou ao menos três quarteirões do bairro Campo Grande, zona oeste do Rio, já havia escoado na tarde de hoje (30). Técnicos da Cedae, a concessionária de abastecimento de água do Estado do Rio, trabalhavam na reparação de uma tubulação que rompeu pouco antes das 6h.

O vazamento projetou uma forte coluna de água que destruiu 17 casas e inundou as ruas em um raio de dois quarteirões. Uma criança de três anos morreu afogada. Ela chegou a ser socorrida e reanimada, mas não resistiu a caminho do Hospital Estadual Rocha Faria.

Outras 16 pessoas ficaram feridas com escoriações. Segundo o Corpo de Bombeiros, 72 pessoas ficaram desabrigadas e cerca de 70, desalojadas.

De acordo com o diretor de operações da Cedae, Jorge Briard, o vazamento durou aproximadamente 1 hora e 30 minutos. O rompimento da adutora ocorreu pouco antes das 6h desta terça feira.

Aos poucos a pressão da água foi diminuindo até parar o vazamento completamente, por volta das 15h.

Policiais civis da 35ª DP (Campo Grande) irão investigar o que levou ao vazamento. Peritos do Instituto Carlos Éboli estiveram no local, mas não chegarão a uma conclusão ainda.

O cenário no local é de destruição. Casas destruídas e carros de cabeça para baixo dão mostras da força das águas, que se assemelhou a de uma enxurrada. As famílias desabrigadas serão alojadas em uma escola da região e em hotéis na vizinhança.

O trabalho de conserto da tubulação já está em curso e, segundo a Cedae, a região voltou a ser abastecida, só que por meio de outra adutora. A tubulação só voltara a operar em 48 horas.

Morte

O auxiliar de farmácia Fernando dos Santos da Silva, 25, acordou na manhã de hoje com um telefonema desesperado da avó de Isabela Severo da Silva, 3.

Naquele momento, eles ainda não sabiam que a menina que completaria 4 anos em agosto tinha morrido após uma adutora de água romper na madrugada de hoje em Campo Grande, zona oeste do Rio.

"Corre para a casa da sua filha que está a maior aguaceira perto de lá, está passando na televisão", ouviu Silva pelo telefone. Quando chegou no local, a sua filha estava sendo reanimada pelos bombeiros. Ela foi encaminhada para o hospital, mas não resistiu.

Isabela, que morava com a mãe, dormia quando a tubulação estourou há alguns quarteirões de sua casa. Com a casa tomada de água, a mãe da menina tentou passá-la pelo muro para o vizinho de trás. Foi quando o muro, por causa da forte pressão da água, cedeu. A menina ficou presa nos escombros.

Os vizinhos tentaram ajudar, mas a menina só foi retirada depois de ter engolido muita água. "A Rebeca [mãe de Isabela] está em estado de choque. Ela contou que a água tomou conta de tudo. Os vizinhos ajudaram, mas não deu porque ela ficou presa", disse à reportagem.

A última vez que Silva encontrou a filha foi na sexta-feira. Ele estava de folga e a levou para ver o irmão por parte de pai, de 2 anos.

"A Isabela era uma criança esperta, inteligente", diz Silva. O velório da menina será amanhã às 10h no cemitério Campo Grande.

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