Veja o que defendem algumas religiões sobre o casamento entre pessoas com religiões diferentes:
Muçulmanos
De acordo com o presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, Jamil Ibrahim Skandar, no islamismo não há impedimento para que um muçulmano se case com alguém de outra religião. "Recomenda-se respeito à religião do outro", diz. Segundo ele, inclusive, o cristianismo e o judaísmo são consideradas religiões divinas e com sagradas escrituras. Segundo Skandar, entretanto, não é tão comum o casamento entre muçulmanos e parceiros de outras religiões. "Não tem muito, mas, se for o caso, tem de conviver. Não é necessária a conversão", explica. Se o casal decidir casar no islamismo, porém, deverá fazer uma adesão ao ritual islâmico para a cerimônia.
Católicos
Os católicos que se casam com alguém não-católico podem se encaixar em duas situações diferentes: casamento misto ou com disparidade de culto. Os casamentos mistos, segundo o padre Pedro Renato Carlesso, juiz do tribunal eclesiástico, ocorrem entre católicos e não-católicos cristãos (batizados). Já os casamentos com disparidade de culto ocorrem entre católicos e pessoas de outras religiões não-cristãs. Em ambos os casos, é necessário, de acordo com o Direito Canônico, pedir uma "dispensa" ao bispo, o que equivale a uma espécie de autorização. A parte católica, ainda, deve assinar a "cautela", um compromisso de não abandonar a fé católica e de educar os filhos sob os preceitos da Igreja Católica. A parte não-católica deve ter ciência da "cautela", mas não é necessária a sua conversão.
Evangélicos
O secretário-executivo da Confederação das Igrejas Evangélicas Apostólicas do Brasil, bispo Carlos Viana, explica que os evangélicos podem se deparar com duas situações. A primeira é quando um dos dois parceiros se converte depois de anos de casado. "Neste caso, não vai se separar, mas o evangélico deve tentar conversar com o marido ou esposa", explica. O outro caso diz respeito a quem ainda está namorando. "A nossa orientação é que se busque alguém que compartilhe da mesma fé, para que não exista o risco de desvirtuamento." Quando isso não é possível, não são colocados empecilhos, porém. De acordo com Viana, para se realizar o casamento evangélico é necessário, na maior parte da igrejas evangélicas, que os dois sejam batizados.
Judeus
Segundo o rabino Ruben Sternschein, da Confederação Israelita Paulista, o judaísmo não é uma religião proselitista. "Isso significa que não temos que tentar convencer os outros a se tornarem judeus. Não acreditamos que tem de ser judeu para ser salvo. Não achamos que a nossa é a única verdade e que todos têm de aceitar", explica. De acordo com Sternschein, para a realização da cerimônia religiosa judaica, entretanto, é necessária a conversão. "A cerimônia judaica tem lugar quando os dois são judeus e querem construir um lar judeu. Nesses casos, avaliamos se o melhor para a pessoa é a conversão", explica. O processo de conversão pode durar um ano. Caso não seja feita a conversão da parte não-judaica, cada um pode ficar com a sua religião e decidirem pelo casamento só no civil. De acordo com Sternschein, nos Estados Unidos, há alguns rabinos que também fazem cerimônias mistas, com parceiros ou até com a participação de celebrante de outras religiões.



