• Carregando...
 | Antônio More / Gazeta do Povo
| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

Saúde marca gol

Disputar uma partida de futebol na praia traz inúmeras vantagens ao corpo. "Na areia o impacto para o corpo é menor, assim como o risco de lesões", explica o preparador físico Jonas Lelinski, da Academia Gustavo Borges . Em 45 minutos de atividade, podem ser perdidas até 450 calorias. Além disso, a prática fortalece da musculatura da perna e melhora as capacidades respiratória e sanguínea.

O mais indicado por Lelinski é jogar nas partes planas da praia e não nas descidas, onde há sobrecarga de peso em uma das pernas. "A prática não é recomendada para quem é sedentário, porque pode aumentar muito a frequência cardíaca", diz ele, que recomenda ainda alimentação equilibrada, hidratação e filtro solar antes da partida. A última ressalva antes de dar o pontapé inicial é lembrar que a praia é de todos e, por isso, vale tatar bem a vizinhança da areia e não lançar a bola pra quem está fora do jogo. (CC)

Em vez de rolar em uma superfície plana, a bola salta entre montes de areia. As demarcações de linha de fundo ou lateral são imaginárias e, por vezes, viram motivo de briga entre os jogadores que precisam definir se a bola saiu ou não. Isso sem falar nos goleiros, que sofrem com a areia que teima em ir na cara a cada defesa, e na sola dos pés que queima dependendo da hora.

Se parece estranho que com tudo isso ainda haja gente que não resista a uma partidinha de futebol de areia, fique sabendo que a melhor recompensa é se refrescar no mar quando o jogo acaba. Aqui pelas praias do Paraná o que não falta é espaço para jogar futebol, nem gente disposta a correr atrás da bola.

Em campo para ganhar

Seja em uma partida séria, com times jogando para valer, ou em uma simples brincadeira em família, o clima do futebol de areia é de descontração. Nas arenas do projeto do governo estadual "Viva o Verão com + Energia" montadas em vários balneários, quem entra em campo quer saber de ganhar. As partidas são organizadas diariamente e, para participar, basta deixar o nome e idade no local de inscrição. A escalação é feita por ordem de chegada e ninguém fica de fora. Dois times de seis jogadores se enfrentam até alguém marcar dois gols ou atingir o tempo de dez minutos. Quem está na lista de espera fica ao lado do campo e torce para a partida acabar rápido. Quem vence fica em campo e enfrenta a próxima.

"Aqui é raro dar briga, mas o jogo fica mais disputado quando são vários times esperando, porque quem perde sai e vai demorar para jogar de novo", comenta o fotógrafo curitibano Roberto Grube, 24 anos, que vai às partidas diariamente.

A escalação conta ainda com Diomar da Silva, 55 anos, corretor de imóveis de Curitiba, no gol. "Sou o Taffarel da praia", brinca, fazendo referência ao goleiro campeão do tetra, em 1994. Ele revela que só estava no gol porque um dia antes ficou indisposto e preferiu evitar a correria. Problemas resolvidos e nenhuma chance de ficar sem jogar. Outro que faz questão de comparecer é o fisioterapeuta Ricardo Altvater, 24 anos, que veio de Santo Antônio da Platina, Norte do Paraná. "Minha namorada saiu para fazer compras na praia, daí aproveitei para vir. Aqui é tipo um 'rachão', é gostoso jogar", afirma.

O mais falastrão da turma era o "goleiro" Edson Pinto, de 39 anos. Profissional autônomo, morador de Nova Esperança, no Norte do Paraná, ele aguardava a vez de jogar entre goles em uma cerveja e inúmeras piadas. "Isso que estou tomando é isotônico", ironiza. "O jogo aqui é para descontrair, não é nada sério. Mas o pessoal ainda precisa aprender a jogar", diz ele, que admitiu estar longe do futebol há dez anos.

Na praia dá para disputar campeo­natos, como o Torneio de Futebol de Areia que aconteceu no fim de semana passado, em Matinhos. "Jogar para valer em torneios é melhor, porque dá mais emoção, mais adrenalina", conta o zelador Wagner Bonillo, 31 anos, enquanto não tira o olho do jogão Café x Pescadores.

Sem lenço nem regras

A areia é território livre. Basta levar a bola e chamar os jogadores. Não é preciso regras nem tempo bom. Pelo menos é o que dizem o bacharel em Direito Bruno Malaghini, 22 anos, e o tio dele, o administrador de empresas Márcio Nascimento, de 43 anos. Eles e os meninos José, de 6 anos, e João Gabriel, de 7, todos de Bandeirantes, Norte do estado, batiam bola na praia de Caiobá sob a chuva durante a semana.

"Na praia não tem tempo ruim. Sempre é gostoso jogar, a areia é um piso macio", diz Bruno. Entre eles não havia gols, faltas ou posições fixas. Somente o desejo de juntar a família e brincar de driblar um ao outro. Futebol em estado puro. O mesmo que o pai Elielson Campos, 32 anos, ensaia com o pequeno Enzo, de 1 ano, na praia.

A partida travada por um grupo de sete pessoas da cidade de Anhumas, em São Paulo, mostrava a simplicidade da modalidade na areia. "Uma das laterais é ali no riozinho e outra é quando a areia fica mais clara", explica o estudante Lucas Fernandes, 19 anos. Como estavam em número ímpar, um dos times tinha um jogador a mais. Nada que prejudicasse a performance e a diversão.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]