Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Verão

Conserto de adutora não foi suficiente para resolver abastecimento de água nas praias

Na temporada de verão, sistema da Sanepar no litoral tem de abastecer público até dez vezes maior do que tem capacidade

 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
(Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

O primeiro caso de falta d’água no litoral do Paraná da temporada, justamente no primeiro dia de 2017, expôs problemas antigos de abastecimento nas praias. O desabastecimento durou 24 horas, causando transtorno para moradores, comerciantes e veranistas - muitos dos quais arrumaram as malas e voltaram para casa.

Mesmo depois de resolvida a situação, provocada pelo rompimento de uma adutora, a água ainda não chega de maneira adequada a todos os imóveis. “Em alguns lugares, a água não sobe para o segundo piso, não tem pressão”, comenta o dono de um restaurante de Pontal do Paraná, que prefere não ter o nome divulgado. Ele precisou fechar o serviço de marmitas logo no dia 2, uma das datas que mais esperava faturar nesta temporada de verão. “Acho que a Sanepar deveria fazer uma manutenção boa, se preparar mais para receber o pessoal nesta época”, diz.

Manutenção, segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), não tem faltado. Testes com estruturas e equipamentos do sistema no litoral vêm sendo feitos desde o começo do verão. A dificuldade, alega a companhia, é a alta demanda por água na temporada.

O mesmo sistema que atende cerca de 100 mil pessoas no inverno, em Guaratuba, Pontal do Paraná e Matinhos tem que atender um público dez vezes maior durante a temporada..

“O sistema foi criado para atender no litoral da forma como vínhamos atendendo até o dia 31 de dezembro. Ano passado, conseguimos trabalhar na temporada com problemas menores. Este ano, não havia como não sentir porque a estação de Praia de Leste [onde houve o rompimento de tubulação] é a maior do litoral”, explica o gerente da Sanepar no litoral, Arilson Mendes.

Segundo Mendes, com o inchaço das cidades litorâneas nesta época do ano, a produção passou a ser maior e o sistema opera em 100% da capacidade 24 horas por dia. A chance de ocorrer problemas nestas condições é maior. “Tivemos sucesso nos testes que fizemos antes, mas mais tarde o problema acabou acontecendo”, assinala.

As reclamações de casos de baixa pressão no abastecimento devem ser comunicadas à companhia pelos usuários. O gerente da Sanepar sustenta que a situação pode ser pontual. Após o incidente do ano novoas estruturas foram consertadas e operam normalmente.

Uso racional

Mendes também pede que as pessoas usem a água de maneira racional e procurem ter caixa d’água em seus imóveis. “ Quando o imóvel tem caixa d’água, a baixa pressão nem é sentida”, diz. Entre as medidas para economizar água estão usar as duchas ecológicas instaladas na praia para retirar a areia do corpo, cadeiras e esteiras, evitar lavar calçadas e carros com mangueira e tratar a água de piscinas plásticas.

A tendência, de acordo com o gerente, é de que a ampliação do sistema deva levar mais alguns anos para ocorrer. “Estamos levantando a demanda para os próximos 20 anos, que é o horizonte com o qual trabalhamos”, pontua Mendes.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.