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Reconhecer a turma de Jaguapitã pela areia de Guaratuba é fácil: onde está um, está o grupo todo | Walter Alves/ Gazeta do Povo
Reconhecer a turma de Jaguapitã pela areia de Guaratuba é fácil: onde está um, está o grupo todo| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Em 2005, alguns professores de Jaguapitã, cidade de 12 mil moradores no Norte do Paraná, decidiram alugar um ônibus, reservar alguns quartos em uma pousada e aproveitar uma semana do verão na praia em Guaratuba.

Na primeira expedição, apenas 30 pessoas toparam o desafio de rodar 570 quilômetros até o litoral. Cinco anos depois, a brincadeira se transformou em uma tradição, cujos integrantes não param de crescer. No último sábado, depois de sete horas de viagem, 90 jaguapitãenses de diferentes profissões e idades desembarcaram em Guaratuba.

Para carregar tanta gente – o maior grupo da história da excursão – dois ônibus foram alugados. Para dormir, 18 quartos reservados. Durante a semana, a turma dominou a pousada e a areia. "As pessoas se assustam com o número de pessoas, principalmente quando vamos comer em algum restaurante ou quando estamos juntos na praia", conta a professora da rede estadual de ensino Te­­reza Maria Lemes Manzan, 53 anos, que até o ano passado organizava as excursões e esteve em todas as viagens.

Segundo Tereza, o grupo não costuma ficar o tempo todo junto. "Como alguns são solteiros e outros têm famílias, cada um faz o programa que quiser. Mas de noite e no café da manhã, estamos sempre juntos. Fazemos amigo secreto, comemoramos aniversários. Eu adoro. Aqui nós podemos descansar, conversar, curtir com os amigos. Não perco esta viagem por nada", diz.

O professor de Educação Física Arakin Coelho dos Santos, 47 anos, chegou a trazer uma motocicleta dentro do ônibus. "Para apro­­veitar a praia", revela. Segun­­do ele, a viagem é uma oportunidade dos amigos de cidade ficarem ainda mais próximos. "Quan­­do voltamos para Jaguapitã, sentimos que os laços de amizades estão fortalecidos. Aqui podemos fazer amigos novos e estreitar as amizades antigas", explica.

Entre as histórias mais marcantes do grupo está o nascimento de um romance. Na excursão de 2010, o operador de máquinas Luciano Pereira, 33 anos, e a secretária Penha Balcione, 55 anos, se conheceram. Durante a semana em que passaram na praia, começaram a namorar escondidos dos amigos, na pousada. "Quando voltamos para Jaguapitã, ficamos juntos. Estamos aqui exatamente um ano depois de termos ficado pela primeira vez. Esperamos voltar todos os verões se pudermos", conta Penha.

Preparação

De acordo com a comerciante Angélica Lima de Souza, 34 anos, que organizou a expedição deste ano, os preparativos para a viagem começam em julho. "Nós consultamos as pessoas, passamos os valores e confirmamos quem tem interesse em viajar. Depois, reservamos os quartos e alugamos os ônibus", diz. Segun­­do Angélica, alguns quartos já foram reservados para as férias do ano que vem.

A secretária municipal de Educação de Jaguapitã, Conceição Frois, é uma que se prepara o ano inteiro para viagem. "Espero an­­siosa. Eu adoro", brinca. Segundo Conceição, antes de viajar, o padre da cidade abençoa os ônibus e reza uma cartilha para todo mundo se cuidar. "Faz parte da tradição de preparação para a viagem", afirma.

Metade do grupo foi embora na última quinta-feira e outra metade vai embora hoje à tarde. "É muito triste partir. Mas sabemos que sempre teremos mais no ano que vem", finaliza Akin Coelho.

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