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Iguaria

O caranguejo está de volta à mesa

Para os apreciadores do prato, o verão é o momento do reencontro após meses de espera. A iguaria pode ser saboreada em restaurantes do litoral e da capital ou preparada em casa

Festival vai até este domingo (22) | Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
Festival vai até este domingo (22) (Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo)
Kit caranguejo com seis tábuas e seis martelinhos. Por R$ 20, na Peixaria Beira-Mar, em Curitiba, (41) 3232-1355 |

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Kit caranguejo com seis tábuas e seis martelinhos. Por R$ 20, na Peixaria Beira-Mar, em Curitiba, (41) 3232-1355

Apreciado por sua carne macia e marcante, o caranguejo volta à mesa, depois de meses de ausência, em razão do defeso – a proibição da caça. No verão ocorre o que os pescadores chamam de "corrida", período em que os machos saem da toca e procuram as fêmeas para reprodução. Nessa época, quem aprecia a iguaria aproveita para desfrutar do reencontro.

O caranguejo é nativo dos manguezais brasileiros e faz parte do cardápio nacional desde antes da chegada dos portugueses. "Comer caranguejo é um ritual que os nativos já cultivavam há muitos anos", explica Joaquim Ferreira dos Santos, que há mais de 15 anos prepara a iguaria no restaurante Cantinho de Antonina, um dos poucos que servem o prato no litoral do Paraná.

"Não é fácil encontrar, porque o preparo faz bastante sujeira e exige um bom espaço. Além disso, é preciso comprar bem fresco, no máximo capturado no dia anterior", conta Francisco Lopes, do restaurante Toca do Caranguejo, na prainha de Caiobá. Em alguns lugares, contudo, é possível reservar uma data para saborear o crustáceo, feito especialmente para a ocasião.

Em casa

Uma opção para quem adora a igua-ria é prepará-la em casa. Segundo Rubens da Veiga, presidente da Colônia de Pescadores de Pontal do Paraná, os melhores caranguejos são os grandes e que estão às vésperas de trocar a carapaça. "Os ideais são os mais pesados, se for muito leve, é sinal de que a carapaça acabou de ser trocada. Na hora de comprar tem de ver se ele está ‘bem vivo’. Se o casco estiver mole, não serve para comer", diz Veiga. Segundo o pescador, depois de capturados os animais devem ser mantidos vivos e consumidos em até três dias. Os mercados de pesca das cidades litorâneas ou casas especializadas em frutos do mar em Curitiba são os locais mais indicados para encontrar crustáceos capturados legalmente. O preço da dúzia varia entre R$ 12 e R$ 15.

Depois de escolher os animais é preciso lavá-los em água corrente. Santos recomenda cozinhá-los ainda vivos, para que fiquem saborosos. "Não é preciso tirar cabeça ou pêlos. Quando a pessoa estiver à mesa, separa as partes comestíveis", diz Lopes.

O segredo dos restaurantes é temperar a água do cozimento com sal, pimenta, cebola, tomate, salsinha e folhas de louro. Adicionar um pouco de vinagre ajuda a soltar a carne da carapaça. O cozimento é rápido e, segundo Santos, o fogo pode ser desligado após a água ferver.

O ritual

Aceitar o convite para uma caranguejada exige algumas horas de agenda. "Tem de comer com calma, separando cada garrinha até chegar à carapaça", destaca Joaquim Santos. Para chegar até a carne que "se esconde" dentro do casco é preciso contar com a ajuda de um martelo e uma tábua. "Algumas pessoas usam uma espécie de alicate, mas com alguma técnica nem precisa desse utensílio", diz.

Os "especialistas" Santos e Lopes garantem que a melhor forma de apreciar o caranguejo é "à moda nativa", acompanhado de feijão preto, farinha de mandioca crua e vinagrete. Para ficar ainda mais original, o pirão de feijão e farinha deve ser preparado dentro da carapaça do caranguejo, após a carne ser retirada. Para quem gosta de saladas, um mix de folhas verdes, cebola, tomate e pepino é a pedida ideal para acompanhar o clima do verão.

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