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A otite externa é o problema mais comum dos ouvidos no verão | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
A otite externa é o problema mais comum dos ouvidos no verão| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Prevenção

A inflamação do conduto externo do ouvido é comum no verão, mas pode ser evitada com alguns cuidados simples:

> Logo após sair do mar procure secar os ouvidos com uma toalha limpa. De preferência tome uma ducha e lave os ouvidos com água doce.

> Evite entrar em contato com águas contaminadas por esgoto. Elas têm um número grande de micro-organismos que podem causar a otite.

> Não use hastes flexíveis de algodão pois podem machucar o ouvido.

> Os primeiros sintomas da doença são coceira e dor. Procure um otorrinolaringologista para um diagnóstico correto.

> Para aliviar a forte dor provocada pela otite, pode-se fazer compressas com um pano quente.

Fontes: IPO e Luiz César Widolin

Antes dos mergulhos no mar ou nas piscinas é essencial tomar alguns cuidados com a saúde dos ouvidos, que não estão acostumados com o contato frequente com a água e o calor. Segundo o otorrinolaringologista Luiz César Widolin, quando os ouvidos permanecem muito tempo úmidos pode acontecer a inflamação do conduto externo pela proliferação de fungos e bactérias. "É uma doença conhecida como otite externa e que tem um grande aumento durante o verão". O principal problema, de acordo com o médico, está em esquecer de secar o ouvido ao sair do mar.

Os números do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO) confirmam: entre dezembro e fevereiro os casos de otites externas chegam a representar 40% dos atendimentos em consultórios otorrinolaringológicos, enquanto no resto no ano ficam em torno de 10%. O mergulho em águas contaminadas aumenta ainda mais a incidência da doença.

O principal sintoma da otite externa é a dor intensa e, nos casos mais graves ou tratados incorretamente, o inchaço e o fechamento do canal auditivo, que podem levar à perda temporária da audição.

O tratamento para a doença não é complicado. Segundo Widolin, são usados antibióticos tópicos (gotinhas colocadas dentro do ouvido) e anti-inflamatórios de administração oral. O tratamento leva, em média, uma semana.

Ataque de fungos

No caso de a otite ser causada por fungos, são usados antifúngicos e o tratamento se estende por três semanas. "Felizmente os pacientes procuram o consultório com rapidez, pois a dor é quase insuportável. Isso evita a progressão da doença, que pode acometer o tímpano", explica Widolin. Além dos medicamentos, podem ser feitas compressas quentes para aliviar a dor.

Tratada a otite, a recomendação é evitar que o ouvido entre em contato com a água por até seis semanas. Segundo o médico a única forma é não mergulhar. "Existem protetores auriculares para natação, mas nenhum é 100% eficiente. Além disso, o protetor pode ferir a pele e causar mais dano que benefício", garante o médico.

Higienização pode provocar lesões

Segundo informações do IPO, um dos fatores que deixam os ouvidos mais propensos a sofrerem uma otite externa é a limpeza do conduto interno com hastes flexíveis de algodão (os cotonetes). De acordo com o instituto, o (mau) hábito de secar os ouvidos com o objeto tira a proteção natural.

O otorrinolaringologista Luiz César Widolin também é contra o uso das hastes. "A cera que existe na entrada do canal do ouvido serve para proteger. Quando removida, o ouvido fica exposto à entrada de sujeiras e com elas as bactérias que causam a otite", explica. Segundo o médico, as hastes de algodão servem para a limpeza externa do ouvido. "São ótimas, mas apenas para limpar a parte de fora", afirma.

Dados do IPO indicam que o uso das hastes aumenta em 40% o risco de machucar o ouvido. Widolin recomenda o uso da toalha de banho para secar o canal do ouvido. "A toalha absorve a água acumulada na entrada do canal e não fere ouvido."

Se o uso das hastes é condenado, outros objetos como tampas de caneta ou grampos de cabelo, são absolutamente proibidos. Objetos pontiagudos podem ferir o tímpano e provocar surdez.

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