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Cabo Alexandre Ribas de Almeida com o pinguim no CEM-UFPR: animal foi encontrado por veranistas bastante debilitado na praia em Caiobá | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Cabo Alexandre Ribas de Almeida com o pinguim no CEM-UFPR: animal foi encontrado por veranistas bastante debilitado na praia em Caiobá| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Bicho na areia

Caso você encontre algum animal na praia, siga as orien­­tações da Polícia Ambiental e da bióloga Liana Rosa:

- Assim que avistar o animal, acione a Polícia Ambiental pelo telefone 08006430304 para que o recolha e o encaminhe a um local apropriado. Caso não tenha o número em mãos, procure um posto de guarda-vidas mais próximo.

- Não leve o animal para casa em hipótese alguma. Dependendo da espécie e do estado em que ele se encontra, pode transmitir doenças para humanos.

- Se possível, apenas leve o bicho para a sombra, onde ele possa descansar até a Polícia Ambiental chegar.

- Não alimente o animal de forma alguma. A comida dada por você pode ser prejudicial ao bicho.

- Não mexa no animal até a Polícia Ambiental chegar. Além de estressá-lo, isso pode deixá-lo agressivo, o que pode machucar tanto o bicho quanto quem está em volta.

  • Zuca, loba-marinha em tratamento no CEM-UFPR, em Pontal, desde julho

O pinguim encontrado na praia em Caiobá por veranistas na tarde do último sábado deve ficar no Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR), em Pontal do Pa­­raná, até se recuperar. Nesse período, que deve ser de aproximadamente um mês, a ave será tratada para ficar em condições de ser solto em alto-mar para que possa voltar ao seu hábitat. O pinguim chegou ao litoral do Paraná bastante magro e debilitado. Por isso precisa se recuperar e ganhar peso para ser solto.

Ainda não se sabe o sexo do animal, da espécie pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), que vive tanto na Pata­­gônia argentina quanto na chilena. Não se sabe a idade do pinguim, mas pelo tamanho e por estar trocando de penugem, sabe-se que é um filhote.

Também não há como saber exatamente de onde ele veio e como chegou ao litoral paranaense. A hipótese mais provável é de que tenha se perdido em alguma corrente marítima. ?Isso deve ter acontecido já há algum tempo, na sua primeira migração em busca de alimento. Como ele não conseguiu retornar ao bando, deve ter caído numa corrente marítima que o trouxe para cá?, explica a bióloga Liana Rosa, pesquisadora-colaboradora CEM-UFPR.

Liana conta que não é difícil animais que não são da nossa fauna serem encontrados por veranistas nas praias, o que causa estranheza em quem está por perto. Em janeiro do ano passado, uma tartaruga-de-couro, conhecida como tartaruga-gigante, foi encontrada no Balneário de Atami-Sul, em Pontal do Paraná. O animal é de uma espécie em extinção. ?Alguns pais estavam colocando os filhos para tirar fotos sentados em cima da tartaruga, sem saber que estavam fazendo mal ao animal?, conta Liana.

No caso do pinguim, por exemplo, um homem embriagado o pegou e ficava assustando as pessoas que passavam na areia. Além de estressar o animal, dependendo do que for feito com ele, pode-se configurar crime ambiental por maus-tratos.

A orientação para quem encontra um animal na praia, aponta o cabo Alexandre Ribas de Almeida, do Batalhão Força Verde de Polícia Ambiental da Polícia Militar, é para não se mexer nele e nem alimentá-lo. O correto é, se possível, deixá-lo à sombra, longe do tumulto e acionar imediatamente a Polícia Ambiental pelo telefone 0800-6430304 para que o recolha. ?Já teve gente que nos trouxe um pinguim dentro de uma caixa de isopor cheia de gelo ou fomos buscar o pinguim dentro de geladeira. Ninguém deve fazer isso de maneira alguma?, enfatiza.

Loba-marinha

Além do pinguim, uma loba-marinha também está em tratamento no CEM-UFPR desde julho do ano passado. Ela foi encontrada em Guaratuba e também estava bastante fragilizada.

A loba-marinha, batizada de Zuca pelos pesquisadores do CEM-UFPR, foi encontrada cega, o que a impede de ser devolvida ao seu hábitat. Ela será levada ao Instituto de Mamíferos Aquáticos (IMA), na Bahia, órgão não governamental especializado em receber este tipo de animal.

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