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O Rio São João, em Pedra Branca do Araraquara, recebe até 400 turistas no fim de semana | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
O Rio São João, em Pedra Branca do Araraquara, recebe até 400 turistas no fim de semana| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Pós-enchente

Pontes que caíram há dois anos não foram reconstruídas

Todo o acesso à área rural de Guaratuba é feito por estradas de terra e há várias pontes sobre rios. Porém, com a enchente de 2011, que arrasou boa parte da região, muitos caminhos ficaram complicados de serem transpostos. Sete pontes na estrada que liga Guaratuba a Morretes, por exemplo, caíram e até hoje não foram reconstruídas.

Para os moradores, a via é um dos poucos caminhos para chegar a Morretes ou Garuva (SC). Eles precisam atravessar os rios de carro ou a pé e ficam ilhados quando chove e o nível da água aumenta. Olinda Rosa Fusik, dona da Mercearia Canasvieira, na comunidade de Limeira, diz que, antes da enchente, seu estabelecimento ficava lotado de turistas que iam para lá acampar e pescar.

O agricultor Laurindo Alves conta que os reparos na estrada têm de ser feitos pelos próprios moradores. "A cada enchente que dá, a gente tem que arrumar as passagens no muque. E isso acontece até mais de uma vez por mês", afirma. A ponte de concreto sobre o Rio Canasvieira é uma das poucas que permaneceram intactas. Após a tragédia, o rio passou por um processo de assoreamento e hoje está raso, o que permite ver peixes nadando entre as pedras do leito.

Enquanto as pontes não são reconstruídas, a opção mais segura é chegar e voltar por Garuva, onde todo o caminho é feito por terra.

Acesso

Em Garuva (SC), há duas opções para chegar à zona rural de Guaratuba. Saindo do Litoral, é possível entrar em uma estrada de terra que fica cerca de 100 metros antes do pedágio ou virar à direita no semáforo (o único de Garuva), que chega à estrada rural de Cubatão. No primeiro caso, em um quilômetro, chega-se à comunidade de Pedra Branca do Araraquara. No segundo, encontra-se o Rio Cubatão depois de 18 quilômetros. O trajeto pode parecer complicado, mas o caminho é cheio de bananais e leva a vários riachos e lagoas, além de chegar a comunidades de produtores de banana, palmito ou aipim.

Onde comer

Lanchonete do Velozo

Refeições (com reserva), lanches e bebidas. Estrada do Cubatão, quilômetro 25. Contato: (41) 9902-9763.

Mercearia Canasvieira

Porções, lanches e bebidas. Estrada do Cubatão, próximo ao Rio Canasvieira. Contato: (41) 8703-1225.

Dicas e Cuidados

Devido à falta de estrutura, o ideal é que o visitante passe apenas o dia na área rural e se hospede em Guaratuba ou outras cidades próximas. Também é importante levar repelente contra insetos e lanches de casa, já que boa parte do comércio da região só abre nos fins de semana.

  • A região é repleta de riachos e lagoas de águas cristalinas
  • Ponte pênsil sobre o Rio São João é uma das atrações do local
  • A zona rural de Guaratuba é a maior produtora de bananas do Paraná

Quem se restringe ao mar não conhece todo o potencial de Guaratuba, no Litoral paranaense. Além das praias, que ficam lotadas durante o verão e nos fins de semana, a cidade tem uma extensa área rural, coalhada de belas paisagens e rios bons para pescar e tomar banho. O turismo é pouco explorado na região e não há uma grande estrutura de restaurantes e pousadas, mas a área reserva surpresas aos visitantes.

Além de ter o título de maior produção de bananas de todo o Paraná – com 3 mil hectares cultivados e produção de 75 mil toneladas por ano –, a área rural de Guaratuba abriga rios que são verdadeiros tesouros de água cristalina. Curiosamente, para chegar até lá, saindo do centro da cidade, é preciso deixar o estado e passar por Garuva (SC), pela PR-412.

Na comunidade de Pedra Branca do Araraquara passa o Rio São João. O local é bastante visitado por turistas de Curitiba, garante Salete Kempinsky, moradora do local há 26 anos e dona da lanchonete Recanto do Beija-Flor. O nome remete às figurinhas fáceis de serem encontradas por lá. Além dos beija-flores, o visitante vê muitas saíras, periquitos e outros pássaros típicos da Serra do Mar. "Coloco água com açúcar para eles a cada 25 minutos e a casa fica sempre cheia de pássaros", diz.

No Rio São João, dá para pescar lambari, se refrescar nas águas geladíssimas e transparentes e alugar boias infláveis e churrasqueira para passar o dia. O local recebe até 400 pessoas nos fins de semana e feriados. A família de Wilson Mendes, de Curitiba, sempre visita a região. "As crianças adoram passar pela ‘Ponte do Indiana Jones’", conta, em referência a uma ponte pênsil que cruza o rio.

Cubatão

Reserve um tempo para passar na lanchonete do Velozo quando estiver a caminho do Rio Cubatão. Em caso de reserva antecipada, Luiz Velozo serve refeições que incluem peixes pescados nos rios da região. Segundo ele, o único problema de morar ali é a estrada, toda de terra. "Se melhorasse o acesso, com certeza viria bastante gente pra cá porque é muito bonito e tranquilo", acredita.

O Rio Cubatão desemboca na Baía de Guaratuba e faz parte da divisa entre o município e São José dos Pinhais. Antigamente, os moradores o usavam para transportar itens cultivados na área rural até a baía. Hoje, ele atrai pescadores de fins de semana. Uma dica importante: leve repelente, pois há muitos pernilongos e borrachudos.

Em busca de melhorias para as estradas

Um projeto para melhorar as condições de acesso à região rural de Guaratuba e incentivar o turismo no local está sendo discutido entre as autoridades do município. A informação é do secretário de Pesca e Agricultura de Guaratuba, Paulo Zanoni Pina, e do vice-pre­­feito Vandir Esmaniotto.

Uma parceria com o governo federal para ajudar na manutenção das estradas de terra também está em negociação avançada, segundo eles. As limitações de construção, impostas pelas leis que regem as áreas de proteção ambiental – a zona rural de Guaratuba fica localizada em uma delas –, estariam atrasando o processo.

Atualmente, a manutenção das estradas de terra é feita uma vez por mês. "A ideia é que o turismo nessa região gere renda para as comunidades de moradores, sem prejudicar o meio ambiente", diz Esmaniotto.

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