Parte de um viaduto desabou ontem, em Belo Horizonte, causando a morte de duas pessoas e deixando 22 feridas. A alça do Viaduto Guararapes caiu sobre a Avenida Pedro I e quatro veículos ficaram sob a estrutura, que ruiu pouco depois das 15 horas. A via é uma das mais movimentadas da cidade e a construção do viaduto fazia parte do alargamento das pistas para adequação ao Move, nome dado pela prefeitura local ao sistema de BRT (Bus Rapid Transit) na capital.
A maior parte dos feridos estava em um micro-ônibus da linha suplementar 70. O veículo era dirigido por Hanna Cristina dos Santos, de 25 anos, que morreu no local. A filha da motorista, de 5 anos, também estava no veículo e foi encaminhada ao hospital, sem risco de morte.
Além do coletivo, que teve a frente completamente esmagada, o viaduto caiu sobre dois caminhões e um veículo de passeio um fiat uno que continuava sob os escombros até as 22h30 de ontem e onde, presume-se, estava a segunda vítima fatal do acidente.
A tragédia poderia ter sido ainda maior, pois havia grande movimento na Avenida Pedro I no momento do desabamento. Passou um ônibus articulado bem cheio poucos instantes antes de o viaduto ruir.
Responsabilidade
No início da noite de ontem, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), esteve no local e afirmou que "acidentes infelizmente acontecem". "Nós não gostaríamos de que tivesse acontecido. Ontem [anteontem] estava inclusive comentando em uma reunião que nesses cinco anos de trabalhos na cidade não tivemos nenhum acidente grave", disse. "Houve um erro certamente, mas não quero avançar em hipóteses sobre isso. O levantamento e o inquérito vão apurar as responsabilidades."
Em fevereiro, a Avenida Pedro I já havia sido interditada após a estrutura de outro viaduto que estava sendo construído sofrer um deslocamento lateral de 27 centímetros durante o processo de concretagem.
Escoras
Testemunhas contaram aos bombeiros de Belo Horizonte que o desabamento do Viaduto Guararapes ocorreu no momento em que trabalhadores da obra retiraram as escoras da estrutura de concreto. A obra, iniciada há cerca de um ano, é feita pela Construtora Cowan, que divulgou nota informando que investiga as causas da tragédia. O local do acidente e imóveis do entorno foram vistoriados por peritos e bombeiros. Os imóveis chegaram a sacudir, segundo testemunhas, com o impacto da queda. Mas nenhum detalhe sobre eventuais consequências foi divulgado.
A obra acidentada faz parte da segunda fase (de quatro) de um conjunto de intervenções em Belo Horizonte para melhorar a mobilidade urbana, e implementação do corredor de ônibus expresso da cidade. Trata-se de obra do PAC da Copa do Mundo, estimados em R$ 713 milhões.
Outro caso
Na mesma avenida, um viaduto já havia sido interditado em fevereiro, sob suspeita de risco de desabamento.
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