Luís Fernando da Costa é o verdadeiro nome de um dos traficantes mais polêmicos e perigosos do Brasil, que ficou mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar. Ele nasceu na favela Beira-Mar, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), em 1968. Não conheceu o pai e foi criado pela mãe. Teria ingressado no mundo do crime ainda criança, cometendo pequenos furtos e praticando assaltos. Além disso, ele distribuía drogas na favela, trabalhando como "vaporzinho" para os traficantes da região.
Com 20 anos, Beira-Mar foi preso pela primeira vez. Ele foi acusado de roubar armamento do Exército e vender para traficantes do Rio. Ficou preso dois anos e voltou para a favela, quando começou a erguer seu próprio "império", até tornar-se um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho. Entre 1990 e 1995, conquistou o mercado de drogas em outros morros do Rio, como Rocinha, Mangueira e Vidigal.
Em 1996, foi preso em Minas Gerais com quatro quilos de cocaína e, em menos de um ano, conseguiu fugir do presídio de Belo Horizonte. Ele teria montado um grande esquema de lavagem de dinheiro e foi morar em outros países da América do Sul. O traficante foi um dos alvos das investigações da CPI do Narcotráfico, que descobriu que sua quadrilha teria movimentado cerca de R$ 16,5 milhões entre 1995 e 1998.
Quando esteve na Colômbia, em abril de 2000, Beira-Mar teria se aliado às Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc). Lá, foi preso pelo exército local e repatriado para o Brasil em 2001. No ano seguinte, foi acusado de liderar uma rebelião no presídio de Bangu I, com o objetivo de eliminar lideranças do Terceiro Comando, facção criminosa rival do Comando Vermelho. Ele também teria negociado um míssil Stinger, usado para derrubar aeronaves, de dentro do presídio.
Em fevereiro de 2003, o governo federal passou a ser o responsável pela custódia de Beira-Mar. Desde então, ele já foi transferido secretamente oito vezes para presídios e sedes da Polícia Federal, onde foi mantido em rigoroso isolamento. (JO)



