• Carregando...
 | Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo
| Foto: Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo

O proprietário de uma imobiliária, de 35 anos, foi executado com 13 tiros dentro de sua própria casa, no bairro Cajuru, em Curitiba, na madrugada desta segunda-feira (13). João Carlos Souza Salgado foi atingido no tórax e na cabeça e morreu em um canto do quarto em que dormia. A mulher dele – grávida de quatro meses – presenciou o crime, mas foi poupada pelos bandidos. Dois filhos do casal – um menino de quatro anos e uma menina de nove – dormiam no quarto ao lado, no instante do crime.

De acordo com informações da Delegacia de Homicídios (DH), por volta da 1h30, dois homens encapuzados arrebentaram o cadeado do portão do sobrado, situado à Rua Teófilo Otoni. Em seguida, a dupla arrombou a porta da sala e foi direto ao quarto em que Salgado dormia e o assassinaram. Um terceiro homem teria aguardado do lado de fora, em um Corsa prata, em que os bandidos fugiram.

Um vizinho teria visto a movimentação dos autores do crime e ouviu os disparos. Ele foi o primeiro a subir até o quarto depois da execução. "A mulher dele [Salgado] saiu gritando: ‘atiraram no meu marido’. Eu fui até lá em cima, mas ele já estava morto. A mulher ficou em estado de choque", disse.

Investigações

No quarto do casal, as equipes da DH encontraram 13 cápsulas de pistola nove milímetros. O corpo de Salgado estava caído em um canto, como se ele tivesse sido acuado pelos assassinos. Os vizinhos relataram que ouviram vários gritos da vítima, o que leva a crer que Salgado percebeu a ação dos bandidos e tentou fugir. "Pelas características do crime, é possível afirmar que se trata de uma execução. Quem cometeu o crime foi ao local com a intenção premeditada de matar a vítima", disse o delegado Sivanei Gomes, responsável pelas investigações.

De acordo com levantamentos preliminares da DH, Salgado já tinha passagem pela polícia por estelionato. Antes de atuar no ramo imobiliário, a vítima já trabalhou vendendo automóveis semi-novos. Vizinhos disseram que chegaram a presenciar brigas e discussões de Salgado com clientes na porta de casa. Diante desses elementos, a polícia não descarta a possibilidade de o crime estar relacionado à atividade profissional da vítima. "Em princípio, não temos uma linha definida, mas vamos investigar se a execução foi uma vingança em função da atuação comercial da vítima", adiantou o delegado."Cara do bem"

João Carlos de Souza Salgado nasceu em São Paulo e estava em Curitiba havia 18 anos. Nesta segunda, o irmão dele, Samuel Salgado, que mora na capital paulista, veio para o funeral. Ele descreveu o irmão como "um cara do bem" e extremamente simpático. "Eu sempre falava com ele por telefone e ele nunca falou sobre desavenças ou sobre inimigos. Esse crime nos pegou de surpresa. Eu ainda estou em choque", relatou.

A cunhada de Salgado, Mariza de Loudes Creto, acrescentou que a vítima era um homem espirituoso e simpático, o que cativava os clientes. "A gente ainda está sem saber o que pensar. Ele não tinha inimigos", disse.

O corpo de Salgado será velado na Igreja Luz dos Povos, no Cajuru. O sepultamento será realizado às 9 horas de terça-feira (14), no Cemitério Municipal do Santa Cândida.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]