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Uma briga teria sido a motivação da tentativa de assassinar uma família na madrugada desta quarta-feira (25) no bairro São João, em Curitiba. A Delegacia de Homicídios descarta a hipótese de roubo e confirma uma "desavença". Moradores da região disseram à reportagem que as vítimas tinham discutido de maneira grave com um vizinho, que seria o principal suspeito.

De acordo com testemunhas ouvidas pela polícia, três homens armados invadiram a residência durante a madrugada e dispararam contra quatro pessoas da mesma família. A diarista e garçonete Joceli Gomes de Freitas, de 25 anos, morreu na hora, atingida por um tiro na cabeça. O marido dela, o garçom Eliwelton Luiz de Freitas, 37 anos, foi ferido e encontra-se em estado grave. Dois filhos do casal, de 7 e 12 anos, recebem atendimentos médicos em observação no hospital.

O crime aconteceu por volta das 3h, em uma casa na Rua José Maria Wabeski. O terreno da casa é loteado em pequenas casas alugadas por R$ 350 ao mês. Até a noite de terça-feira (24), 14 pessoas habitavam a área. O suposto trio arrombou o cadeado do portão que dá acesso as casas e depois uma porta de madeira da residência da família Freitas. Até as 16h30, o sangue das vítimas não havia sido lavado dos três cômodos da casa de cerca de 40 metros quadrados.

Após atirar contra a família, os bandidos fugiram sem nada levar. "Esse crime não tem características de motivação por drogas", afirmou o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Hamilton da Paz. Segundo ele, um dos autores foi identificado. O policial, que disse que omitirá a identidade do suspeito até prendê-lo, afirma não ter certeza se realmente foram três os bandidos que invadiram a residência. "Estamos com duas equipes trabalhando no caso", declarou o delegado, que assumiu a Homicídios na terça-feira (24).

Motivação

Segundo moradores da região, que preferem não se identificar, há uma semana o filho mais velho do casal discutiu de maneira incisiva com um homem que morava no terreno. Joceli teria ido tomar satisfação com esse homem e teria ocorrido outra discussão. Alguns dias depois, o homem se mudou. "O casal [Joceli e Elivelto] eram trabalhadores. Esse homem (o suspeito) era tralha, mexia com drogas", disse um vizinho.

Joceli contou para os vizinhos que buscava desesperadamente por um novo lugar para morar. Nesta semana, anunciou que tinha achado uma casa e se mudaria na quinta-feira (26). Comerciantes da região guardavam caixas para ajudá-la na mudança.

Estado de saúde

De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Evangélico (HE), Eliwelton foi atingido na cabeça. Um boletim médico da instituição no final da tarde dá conta que Eliwelton está em coma espontâneo, respira com a ajuda de aparelhos e permanece em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva. A situação teria piorado no final da tarde.

Ambas as crianças, ainda segundo o hospital, foram atingidas no braço e estão em observação sem correr risco de perder a vida.

A região

Um dos moradores do condomínio onde ocorreu o crime tem várias cicatrizes pelo corpo, resultado de seis tiros que conta ter recebido há oito meses, enquanto esperava o ônibus. "Me salvei pela graça de Deus", desabafou.

Apesar desse crime, os moradores da região afirmam que o bairro São João já foi mais violento. "Antes, todo dia tinha um assassinato. Depois, mataram uns traficantes há uns dois anos e sossegou a coisa", analisou um comerciante.

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