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O morador do Centro de Curitiba está satisfeito com o bairro em que mora, mas reclama da segurança pública e da irregularidade do piso das calçadas. A revelação é de uma pesquisa realizada pelo Centro Vivo, projeto de revitalização da região central da cidade patrocinado pela Associação Comercial do Paraná (ACP) em parceria com diversas entidades. Com base na pesquisa, o grupo de estudos do Centro Vivo está elaborando uma série de propostas para recuperar a região central da cidade.

A imensa maioria dos moradores do Centro (86%) se declara satisfeita em morar no bairro. E 73% não se mudariam para outra região da cidade caso tivessem uma oportunidade. A facilidade de acesso e a proximidade com o comércio e serviços são as principais justificativas para se morar na região central.

Mas a segurança pública no bairro é ruim para 79% dos moradores. E 73% deles também desaprovam o estado de conservação das calçadas. Esses dois itens e o trânsito são as principais deficiências do Centro apontadas pelos moradores.

"A grande maioria dos moradores está satisfeita. Eles vêem os problemas que o bairro tem. Mas ainda assim o enxergam como um bom lugar para viver", resume a coordenadora da equipe de pesquisa sociológica do projeto Centro Vivo, arquiteta e urbanista Keila Blascovi – ela própria uma moradora (que gosta) da região central da cidade.

Segundo Keila, a sensação de insegurança dos habitantes do Centro não chega a ser um problema pontual. "A violência está em toda a cidade." Mas, no caso específico da região central, afirma ela, a percepção de falta de segurança está relacionada sobretudo à presença de mendigos, crianças de rua, desocupados e prostitutas. Dentro de suas casas – sobretudo apartamentos – os moradores sentem-se seguros. "Acontecem poucos assaltos a residências no Centro", diz ela.

"A nossa principal proposta para melhorar a segurança é trazer a habitação de volta ao Centro", diz a arquiteta e urbanista Daniela Slomp Busarello, vice-presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura e coordenadora de um dos grupos de estudos do Centro Vivo. Segundo ela, embora haja moradores na região central, o bairro ainda é eminentemente comercial. E, quando as lojas fecham, o movimento de pessoas nas ruas cai muito. Com o Centro vazio, diz Daniela, aumenta a insegurança.

O engenheiro José Alfredo Brenner, 1.º vice-presidente do Instituto de Engenharia do Paraná e integrante do Centro Vivo, defende ainda a necessidade da instalação de mais câmeras de monitoramento nas ruas da região e o aumento da fiscalização de estabelecimentos que servem de suporte para a criminalidade e a prostituição.

Outro assunto correlato à sensação de insegurança no Centro são os problemas na iluminação pública, elencados entre as seis principais deficiências do bairro. Segundo a arquiteta Keila Blascovi, a atual iluminação na região, com luz amarelada, ressalta o aspecto arquitetônico dos edifícios mas dificulta a definição de detalhes de pessoas e objetos.

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