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São Paulo – A reportagem do Jornal Hoje, rede Globo, teve acesso ao conteúdo das conversas entre os controladores da torre e os pilotos do Airbus MBK, que caiu em Congonhas, no último dia 17. Pelas gravações, às 18h48, o comandante da TAM acionou a torre para avisar que iria pousar. O pouso foi autorizado na pista 35 esquerda, a principal de Congonhas.

O controlador ainda avisou que a pista estava molhada e escorregadia. O comandante confirmou que recebeu a informação. Na gravação, ficaram registradas, como últimas palavras, "Vira, vira, vira". Ainda não se sabe quem teria dito isso. O Airbus não fez mais contatos com a torre. Pelas informações do Jornal Hoje, após a vistoria e liberação da pista pela Infraero, no dia 17, 40 pousos e decolagens ocorreram antes do acidente e nenhum piloto relatou problemas.

Os diálogos registrados na caixa-preta do avião chegaram ontem ao Brasil e foram encaminhados ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). De acordo com o órgão, essa é a fase inicial do inquérito.

O presidente da CPI do Apagão Aéreo na Câmara, Marcelo Castro (PMDB-PI), reforçou ontem o requerimento da comissão que solicitou o conteúdo das conversas entre os pilotos do Airbus da TAM que explodiu em Congonhas. Só ontem o deputado recebeu o conteúdo de outra conversa, entre os pilotos do Boeing da Gol que se chocou com um Legacy e caiu em Mato Grosso em setembro. O parlamentar criticou a demora para a chegada das informações, e disse esperar que isso não se repita no caso da TAM. "Se a CPI aprovou um requerimento, está aprovado. O requerimento tem de ser obedecido. Ninguém está acima da lei", disse.

O brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Cenipa, admitiu a entrega dos dados aos deputados, mas pediu que isso fosse feito em sessão secreta. Ele ressaltou ainda a importância de o conteúdo das conversas ser mantido em segredo, sob pena de atrapalhar as investigações. O presidente da CPI não deu garantias ao pedido do brigadeiro: "No meio de 48 integrantes da CPI, é impossível dizer que o sigilo será mantido. Mas cada um que cumpra com seu dever. Eu não vou divulgar", disse Marcelo Castro.

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