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O biarticulado da linha Centenário/Campo Comprido que ficou desgovernado e passou sem parar por uma estação-tubo do bairro Mossunguê, não apresentava problemas mecânicos, afirma a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), que fez uma vistoria no veículo na noite de quinta-feira (18). Segundo a assessoria de imprensa do órgão, entretanto, ainda não é possível afirmar se o problema foi causado por imperícia do motorista ou se houve alguma condição adversa que tenha provocado a perda de controle da direção por parte dele.

Segundo testemunhas, na tarde de quinta-feira, o coletivo teria trafegado em zigue-zague por mais de um quilômetro e passado em alta velocidade por uma estação-tubo no bairro Mossunguê. A informação inicial repassada à Gazeta do Povo por uma testemunha era de que o veículo teria passado direto por três pontos de parada, mas outra testemunha que estava no ônibus e a Urbs confirmaram nesta sexta-feira (19) que foi apenas um.

O ônibus que perdeu o controle, de prefixo AHD236, pertence à empresa Auto Viação Redentor, que deverá ser notificada ainda nesta sexta pela Urbs. Acir Gulin, diretor da Redentor, diz que ainda é cedo para fazer qualquer juízo sobre as responsabilidades. "Peritos da nossa empresa estão nesta manhã vistoriando o veículo para confirmar se havia alguma falha ou não", diz. Segundo ele, a ocorrência é totalmente atípica e, por isso, deve ser investigada com rigor. "Não tenho conhecimento de nenhum tipo de situação semelhante no passado aqui em Curitiba", conta.

Gulin não soube precisar a data da última vistoria feita no ônibus pela Urbs, mas garantiu que o veículo estava dentro do prazo das vistorias periódicas, que ocorrem de seis em seis meses. Embora ainda não haja uma definição quanto à responsabilidade, o motorista do biarticulado ficará afastado das atividades até o fim das investigações, que não têm prazo para terminar. "Caso se confirme a culpa do condutor, será aberta uma sindicância dentro da empresa para se determinar que tipo de punição pode ser aplicada", explica o diretor da Redentor.

A operadora de caixa de supermercado Andréa Joffe Baggio estava no coletivo no momento da ocorrência, por volta das 14h15. Ela estava de pé, em frente à porta 4, aguardando para descer na estação-tubo Rio Barigui. "De repente, em uma curva, o ônibus começou a pegar velocidade e a balançar muito. No começo o pessoal xingava o motorista, depois perceberam que tinha alguma coisa errada", relata. Para ela, o problema não teria sido provocado pelo condutor. "Na verdade ele salvou a vida de um monte de gente, pois se freasse na hora errada podia capotar o veículo", opina.

Andréa conta que o motorista conseguiu parar o veículo próximo à estação-tubo seguinte, a Major Heitor Guimarães, onde todos os passageiros desceram para trocar de ônibus. "Depois disso eu só lembro de acordar na maca para ser levada por uma ambulância", conta a mulher, que está grávida de três meses. Para ela, o caso só não terminou em tragédia porque o trânsito estava tranquilo no momento. "Se tivesse outro ônibus na canaleta e ocorresse uma batida, teria gente morta", diz. Ela estima que havia cerca de 60 pessoas no ônibus. "Nem muita, nem pouca gente".Além de Andréa, outras quatro mulheres foram encaminhadas ao Hospital Evangélico de Curitiba. Segundo o hospital, todas apresentavam escoriações leves e receberam alta até a noite de quinta-feira.

O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) não chegou a registrar a ocorrência, e não havia sido registrado nenhum boletim na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) sobre o caso até a manhã desta sexta-feira.

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