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Um menino de 12 anos morreu atropelado por volta das 14 horas de ontem no limite entre Almirante Tamandaré e Curitiba. De acordo com o relato de testemunhas, o garoto, ao lado de dois amigos, praticava surfe ferroviário e o menino caiu entre os vagões, sendo arrastado por cerca de 70 metros. Muito abalada, a família informou que o menino estudava nos dois períodos, mas que ontem estava sem aulas. Em 2009, cinco jovens morreram da mesma forma em Curitiba e região. Esse foi o primeiro caso registrado no ano, conforme a América Latina Logística (ALL), responsável pelo serviço de trens no estado.

Apesar das campanhas educativas, os moradores da região relatam ser comum observar adolescentes sobre os vagões dos trens. "Todo dia isso acontece. Os pais vão trabalhar, e os adolescentes brincam de surfar. Na sala da minha filha, um menino perdeu a perna desse jeito", conta a doméstica Lucimar Cervi. No ano passado, a polícia vistoriou a região com frequência, impedindo que os jovens seguissem sobre os trens. Nos últimos três meses, contudo, os policiais deixaram de realizar a vigilância. "Desde então, eles fazem isso todos os dias. Foi uma tragédia anunciada. Eu sabia que isso ia acontecer", opina a comerciante Vitória Mucharski.

A maior parte dos jovens surfa sobre o trem como diversão, mas alguns o usam como meio de transporte, pulando nas proximidades do Terminal do Barreirinha ou seguindo até trechos mais próximos do centro da capital.

Campanha

Por meio de nota oficial, a ALL disse "lamentar a ocorrência" e que, por esse motivo, realiza desde o ano passado a "Campanha Contra o Surfe Ferroviário". Cerca de 1,8 mil estudantes foram abordados com folders, panfletos e orientações em escolas próximas aos trilhos de trem. Outras 4 mil famílias também receberam avisos em suas casas. "A maioria surfa por brincadeira pelo fato de o trem andar em menor velocidade no trecho urbano. Nós avisamos que nenhuma aventura vale o preço de uma vida", esclarece Fernanda Tonet, gerente de relações corporativas da ALL. Em três regiões de Curitiba e RMC, problemas semelhantes são recorrentes: Vila Osternack (Sítio Cercado), Terra Santa (Tatuquara) e Jardim São Cristóvão, em Piraquara.

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