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A bancada paranaense na Câmara dos Deputados pode ter várias caras novas a partir de 2009. Dos 30 parlamentares do estado, oito (27%) têm interesse de participar das eleições municipais do ano que vem. A idéia de articular uma mudança de cargo com menos de um ano de mandato cumprido é uma tendência nacional.

Segundo levantamento do portal Congresso em Foco, especializado em notícias do Poder Legislativo, 133 (26%) de todos os 513 deputados federais podem ser candidatos a prefeito no ano que vem. Ou seja, a Câmara poderia ser forçada a enfrentar a renovação de um para cada quatro deputados.

De acordo com o professor de Ciências Políticas Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto, o fenômeno provoca uma distorção eleitoral. "Os que saem abrem espaço para os suplentes, que têm o direito às vagas, mas que não venceram as eleições. Essa diferença entre o que saiu das urnas e o que ocorre até o fim do mandato não é saudável."

O principal entrave para estancar a saída de parlamentares é a legislação, que permite o troca-troca. Barreto aponta que a solução seria a realização de eleições gerais, com coincidência de datas para os pleitos municipais, estaduais e federais. O tema chegou a ser discutido durante a votação, no primeiro semestre, de matérias ligadas à reforma política – mas não foi levado adiante.

Pré-candidato à prefeitura de Londrina, André Vargas (PT), diz que está atuando dentro do que a legislação permite. Mas, segundo ele, há legitimidade em querer trocar de cargo. "As lideranças políticas são construídas em disputas eleitorais."

Outros três londrinenses na Câmara têm a ambição do petista. Alex Canziani (PTB), Barbosa Neto (PDT) e Luiz Carlos Hauly (PSDB) já disputaram eleições anteriores para prefeito da cidade, perderam, e voltam a se colocar como pré-candidatos. A situação coloca Londrina como o município de interior mais cobiçado entre deputados federais de todo país.

O pedetista, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto em Londrina, pode ser um dos exemplos da distorção alertada pelo professor da UnB. O deputado recebeu 132.674 votos em 2006. Caso ele abandone o mandato, quem assume o posto é o suplente da coligação, Wilson Picler (PDT), que teve apenas 36.820 votos.

No caso de Alfredo Kaeffer (PSDB), a situação é ainda pior. O tucano ainda não decidiu se disputará a eleição para a prefeitura de Cascavel. Caso vença o pleito e deixe o Congresso, seu substituto, Flávio Antunes assumirá a cadeira tendo somado menos de um quinto dos seus 158.659 votos.

Além disso, o troca-troca provoca alterações na representatividade das regiões do estado. Cézar Silvestri é o principal nome do PPS para disputar a prefeitura de Guarapuava. Atualmente, ele é o único representante da Região Centro-Oeste do Paraná na Câmara.

O suplente de Silvestri é Marcos Isfer (PPS), que tem Curitiba e região metropolitana como base eleitoral. "Estou numa situação complicada. O pessoal de Guarapuava quer que eu seja candidato, por outro lado, quem vive nos demais municípios da região não aceita que eu deixe de ser deputado."

Os outros dois deputados que pretendem disputar as eleições do ano que vem são Rodrigo Rocha Loures (PMDB) e Ratinho Júnior (PSC). Ambos sonham com a prefeitura de Curitiba, embora apareçam nas pesquisas muito atrás do prefeito Beto Richa (PSDB) e da petista Gleisi Hoffmann.

O peemedebista já participou de uma reunião com outros pré-candidatos do partido e tem pela frente uma missão complicada. Os preferidos na legenda são o ex-prefeito Rafael Greca e o reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Augusto Moreira Júnior. O suplente de Rocha Loures é André Zacharow.

Ratinho Júnior ainda não oficializou a candidatura, mas trocou recentemente o PPS pelo PSC para ter chances de concorrer. Ele foi o segundo deputado federal mais votado no estado, com 205.286 votos, mas também não acredita que estaria traindo os eleitores ao deixar a Câmara. "A população de Curitiba tem mostrado nas últimas eleições que quer uma renovação na política. Estou disposto a discutir a cidade, apresentar propostas, não estou embarcando em uma aventura eleitoral."

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