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Ato ocorreu na Praça Rui Barbosa | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Ato ocorreu na Praça Rui Barbosa| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A manifestação contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba, reuniu neste domingo (17) cerca de 1,7 mil pessoas, segundo a PM. Já os organizadores estimam público de 2,5 mil durante o dia. Representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e de diversos grupos e movimentos sociais e sindicais se concentraram no local para acompanhar a votação na Câmara dos Deputados, em Brasília, por meio de um telão instalado no local.

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O ato, que iniciou às 14 horas, foi organizado pela Frente Brasil Popular e teve a apresentação de vários artistas locais. O vice-presidente do PT de Curitiba, Augusto Franco, aposta na vitória contra o impeachment. “A manifestação não é a favor do PT, muito menos a favor da presidente. O movimento é a favor da democracia. Com o Cunha comandando o processo, alguma coisa está errada”, explicou Franco.

A fundadora da Associação Brasileira de Amparo a Infância, ABAI-PR, Mariane Spiller, também é contra o impeachment. “Mesmo se o impeachment não acontecer, ainda temos que continuar lutando, pois a democracia ainda está sofrendo um extremo risco. O processo é ilegítimo, um golpe mascarado de impeachment. A Dilma é honesta e tem valores democráticos profundos desde os seus 18 anos, quando ela chegou a colocar sua própria vida em risco pela democracia”, explica a fundadora.

Durante a tarde deste domingo, diversas manifestações artísticas aconteceram na Praça Rui Barbosa. O militante do PT e um dos membros da diretoria nacional da Nação Hip Hop, o rapper Vato, fez um grafite de protesto. Num tapume de madeira compensada de aproximadamente 1,5 metro quadrado, Vato desenhou um grande olho e escreveu “Não vai ter Golpe” em seu desenho, que ficou exposto na praça.

Um grupo de artistas também fez uma apresentação artística. Cerca de 15 pessoas, todas com cartazes escritos, “Não vai ter golpe” e “Impechment é retrocesso” fizeram uma caminhada para trás, simbolizando o impeachment como um movimento que não traz evolução.

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) também esteve na concentração da Praça Rui Barbosa. Para ele, o movimento é uma forma de reunir não só representes do PT como também outros partidos de esquerda e movimentos sociais e sindicais. “Eu acho que o PT deixou de lado os movimentos nas ruas, isso foi um erro. Precisamos retomar isso”, comentou o deputado.

Veneri afirmou que o Partido dos Trabalhadores cometeu erros e que, independentemente do resultado que se terá hoje, o Brasil irá acordar diferente amanhã.

Votação

Os manifestantes acompanharam a votação até o voto decisivo, celebrando com palmas, gritos e as palavras de ordem “não vai ter golpe, vai ter luta” os votos contrários ao impeachment. Os votos favoráveis eram recebidos com vaias e, se o votante alegasse votar pelo fim da corrupção, risos irônicos. Entre os mais vaiados estão os paranaenses Fernando Francischini (SD), Luciano Ducci (PSB) e Rubens Bueno (PPS), além de Celso Russomano (PRB), Jair Bolsonaro (PSC) e Cristiane Brasil (PTB).

Entre os espectadores da votação na Rui Barbosa estava a atriz Letícia Sabatella, que recentemente participou do encontro organizado pelo Planalto que reuniu artistas e intelectuais em Brasília favoráveis ao governo. Sabatella afirmou que a aprovação do impeachment pela Câmara seria traria dificuldades, mas que o mais importante de todo esse processo foi a interrupção de um processo de inércia que, segundo ela, se mantinha desde o fim da ditadura. “Sendo aprovado ou não, temos que dar continuidade a essa conversa sobre o que é a democracia. A luta vai continuar para dar poder ao cidadão”, disse.

Por volta das 18 horas, a contagem da Polícia Militar admitia a presença de 800 pessoas no local. Com o decorrer da votação, o número de pessoas diminuiu um pouco, mas boa parte das pessoas se manteve esperançosa até o voto decisivo. Alguns momentos antes, porém, os deputados estaduais Professor Lemos e Tadeu Veneri já admitiam a derrota na Câmara. “Agora vamos continuar a mobilização para sensibilizar os senadores, porque Michel Temer como presidente com o programa que ele já apresentou, chamado Ponte Para o Futuro, será um atraso”, declarou Lemos.

Assim que o voto decisivo foi dado, a transmissão foi finalizada na Rui Barbosa. Apesar da evidente tristeza, os representantes dos diversos grupos que compõem a Frente Brasil Popular disseram aos manifestantes que todos deveriam enfrentar a derrota de cabeça erguida e continuar indo para as ruas para demonstrar sua insatisfação com o processo de impeachment. “É nas ruas que vamos ganhar essa batalha”, disse Veneri.

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