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Doutor Ulysses:  campanha fora de época espalhou cartazes dos candidatos a prefeito por todo o município | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Doutor Ulysses: campanha fora de época espalhou cartazes dos candidatos a prefeito por todo o município| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo
  • Veja quais são as três cidades que terão eleições neste domingo

Doutor Ulysses - Pouco mais de 11 mil eleitores paranaenses voltarão às urnas amanhã. Ângulo, no Norte do estado; Enéas Marques, no Sudoeste; e Doutor Ulysses, na região metropolitana de Curi­­tiba, terão eleições suplementares porque os candidatos eleitos em 2008 tiveram seus registros cassados por compra de votos. Os novos prefeitos e vices serão diplomados até o dia 19 de maio.

Como os políticos foram eleitos com maioria absoluta, o segundo colocado não pode assumir automaticamente a prefeitura, sendo marcada a nova eleição. As três cidades foram comandadas pelos presidentes das câmaras municipais. Neste ano, já houve eleições suplementares em nove municípios brasileiros. Neste domingo, ela ocorre apenas no Paraná.

As eleições fora de época deram um novo tom aos municípios. Em Doutor Ulysses, que tem um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, as comunidades rurais e o centro receberam centenas de cartazes dos candidatos. Pedro Júnior Anselmo de Assis, eleito prefeito, e Jair Ferreira Lins, vice, tiveram os registros cassados, acusados de terem trocado materiais de construção por votos. O presidente da Câmara, Josiel do Carmo dos Santos (PR), o Jôse, que governa a prefeitura há quatro meses, disputa o cargo com José Luiz da Silva (PSDB), o Zé Sertão, que ficou em segundo lugar em 2008.

Asfalto

A população espera melhorias para o município, que está rodeado por estradas de terra e tem sua economia baseada na agricultura. "Tem que melhorar as ruas e as estradas. O asfalto até Cerro Azul é a principal necessidade", comenta o comerciante Pedro Miguel Des­­planches.

O segundo colocado nas eleições de 2008 em Ângulo, Antonio Casalho Romano (PDT) voltou à disputa com Moisés Gomes da Silva (PP), eleito vereador e que assumiu a prefeitura por ser presidente da Câmara. Erivaldo Lourenço da Silva e Antonio Valdecir Maróstica, eleitos prefeito e vice, estão inelegíveis sob a acusação de abuso do poder econômico e compra de votos. Segundo Moisés, se eleito, a prioridade será prosseguir as obras iniciadas.

Em Enéas Marques, Valmor Vanderlinde (PP), perdeu para o prefeito eleito, Helio Parzianello, por apenas quatro votos. Ele foi cassado pela denúncia de compra de votos durante a campanha e não pôde assumir a prefeitura, que foi ocupada pelo vereador Luci Menin (PMDB), presidente da Câmara. Agora, Vanderlinde concorre novamente ao posto com o filho do ex-adversário, Maikon Parzianello (PSDB). "Nossa legislação é muito pobre, perdemos por quatro votos e agora temos que passar por uma nova eleição", diz Vanderlinde.

Termômetro

Para o cientista política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ricardo Costa de Oliveira, as eleições suplementares são um termômetro para as eleições majoritárias, já que indicam as preferências populares em relação às bases aliadas aos candidatos em seus municípios. Ele relata ainda que os prejuízos das eleições fora de época podem ser vistos nas administrações dos municípios, já que a maioria dos funcionários é comissionada e os programas governamentais ficam prejudicados, e a própria democracia é afetada, já que o cargo máximo da administração é ocupado interinamente por uma pessoa que não foi escolhida pelo povo.

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