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O Comando Militar do Leste mobilizou cerca de 500 soldados do Exército na operação para recuperar os dez fuzis roubados na manhã de sexta-feira de um quartel no Rio de Janeiro. O efetivo foi distribuído pelas favelas de Nova Brasília (300), Jacarezinho (cem), Manguinhos e Vila dos Pinheiros. Para essas duas, seguiu um pelotão com outros cem militares. Além deles, a Polícia Militar acionou 150 homens para apoiar a ação.

- As ações prosseguirão até a recuperação do armamento. Todos os meios necessários serão usados e não há data para encerrarmos a operação. Atuaremos em todas as áreas onde houver informações sobre o paradeiro das armas e vamos pressionar até resgatar tudo. Estamos com uma operação de logística montada e o efetivo aumentará. E também contamos com os serviços de inteligência do Exército, da Aeronáutica, da Marinha e da polícia, além de mandados de busca e apreensão - afirmou o chefe de relações-públicas do CML, coronel José Guimarães Barreto.

Na noite de sexta-feira, 300 homens do Exército já haviam ocupado o Complexo do Alemão em busca das armas roubadas. Mas, por enquanto, ninguém foi preso e nenhuma das armas foi recuperada.

Dez fuzis e uma pistola foram roubados no fim da madrugada desta sexta-feira do Estabelecimento Central de Transportes (ECT) do Exército, na Rua Monsenhor Manoel Gomes, 82, em São Cristóvão. O assalto foi praticado por dois grupos armados que chegaram ao local usando uniformes camuflados do Exército e toucas ninjas. Um grupo ficou do lado de fora enquanto um homem entrava pela parte de trás e o outro grupo rendeu um sentinela e um guarda. Um tiro foi disparado contra a porta do armário onde estava guardado o armamento.

Um ex-cabo é suspeito de participação no crime. Por determinação do secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, a Polícia Militar participa da operação mobilizando homens de duas companhias do Primeiro Batalhão de Polícia do Exército (PE) e 30 policiais do 16º BPM (Olaria). Uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM está de prontidão no 16º BPM em caso de necessidade.Ataques põem em cheque sistema de segurança - Nos últimos quatro anos, uma série de ataques de traficantes aos quartéis pôs à prova o esquema de segurança dos militares para guardar armamento de guerra. Simultaneamente, apreensões realizadas pela Secretaria de Segurança evidenciaram o envolvimento de militares em ações do tráfico de drogas no Rio.

Numa operação, agentes da Polinter encontraram em abril do ano passado no paiol de traficantes do Morro da Coréia, em Senador Camará, oito minas terrestres antipessoais, 161 granadas defensivas M-3 e M-20 e mais de 18 mil cartuchos de diferentes calibres. Todo o material era da Aeronáutica, grande parte da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (Dimarb), na Ilha.Em novembro de 2004, o Exército contabilizava o sétimo fuzil roubado no ano. A corporação ocupou o conjunto Amarelinho, em Irajá, no dia 8 daquele mês, a fim de tentar recuperar um FAL roubado da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército, na Praia Vermelha. Depois de contar que foi rendido por três homens, o soldado Antônio Fernandes do Nascimento, um dos sentinelas, confessou que entregou a arma para um bandido do Amarelinho. Na época em que ocorreu mais esse roubo, apenas quatro dos sete fuzis do Exército roubados haviam sido recuperados.

Antes, em julho, três outros fuzis foram levados do Museu Histórico do Exército, no Forte de Copacabana. Depois de um dia inteiro de ocupação nos morros do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo, em Copacabana, o Comando Militar do Leste (CML) recebeu de volta as três armas, encontradas por policiais do 23º BPM (Leblon) na Chácara do Céu, alto do Morro do Vidigal, depois de uma denúncia anônima. Em fevereiro de 2004, o desaparecimento de dois fuzis HK-33 da Base Aérea de Santa Cruz também levou à prisão dos sentinelas que os usavam.

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