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Recursos

Ministro da Saúde evita debate sobre imposto

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que não entrará no "Fla-Flu" sobre a discussão da necessidade da recriação da CPMF. Padilha acredita que o governo tem de se preocupar em fazer os novos investimentos com os recursos que têm hoje. "Essa questão já virou um Fla-Flu, não me cabe torcer ou não pela volta do imposto. A iniciativa do governo é aprimorar a gestão da saúde para fazermos mais com o que nós temos e com que os investimentos que estejam por vir sejam mais bem utilizados." A respeito do debate sobre a possível volta da CPMF, ele afirmou que é necessário que os investimentos sejam "otimizados" para fazer com que a sociedade compreenda a importância das aplicações crescentes na saúde. "Acho que o crescimento econômico tem de ser generoso com a saúde do Brasil para continuar fazendo com que os investimentos cresçam."

Agência Estado

A volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para ajudar a financiar a saúde no país é desaprovada por 72% dos brasileiros, indica pesquisa do Ibope divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Ao todo, 20% das pessoas aprovam a volta da cobrança e o restante não sabe ou não comentou. O levantamento mostra, porém, que o conhecimento da população acerca do tributo ainda é reduzido.

Apenas 37% dos entrevistados sabiam responder o que é a CPMF. O questionamento só pôde ser levado adiante após a explicação sobre do que se tratava a contribuição.

Governadores já pediram a volta do tributo ou a criação de uma con­­tribuição semelhante para financiar as despesas com saúde. A presidente Dilma Rousseff já acenou positivamente para esse debate. Contudo, a pesquisa da CNI mostra que a população brasileira não só é contrária à volta da CPMF como 67% discordam em algum grau da criação de um novo tributo com objetivo de melhorar os serviços de saúde.

De acordo com 75% dos entrevistados, a CPMF é um imposto injusto porque afeta as pessoas independentemente da renda, e 63% dos entrevistados acreditam que a recriação da CPMF poderá provocar uma alta nos preços.

Na opinião dos brasileiros, o governo já arrecada o suficiente. Para 87% dos entrevistados, a carga tributária é considerada elevada ou muito elevada. Para 79% dos pesquisados, a percepção é de que o valor dos impostos está aumentando.

Na mesma pesquisa, o Ibope perguntou aos entrevistados sobre a percepção deles a respeito da qualidade dos serviços públicos.

De 12 serviços apresentados, apenas quatro – fornecimento de energia elétrica, fornecimento de água, iluminação pública e educação superior – foram aprovados.Da mesma forma, 81% dos entrevistados apontaram que, em vista da quantidade de impostos que são cobrados, os serviços públicos deveriam ser melhores e 82% acreditam que o governo já arrecada muito e não precisa au­­mentar impostos para melhorar os serviços públicos.

Para 81% dos brasileiros, a má qualidade dos serviços públicos é responsabilidade mais da má gestão dos recursos do que da falta deles.

A pesquisa CNI-Ibope foi realizada entre 4 e 7 de dezembro de 2010, mas só ontem foi divulgada. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 140 municípios. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais e o grau de confiança de 95%.

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