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A partir de terça-feira começa oficialmente a campanha eleitoral de 2010. Na disputa pelo governo do estado estarão sete candidatos, mas apenas Osmar Dias (PDT) e Beto Richa (PSDB) apresentam reais chances de conquistar o Palácio Iguaçu. Na avaliação de cientistas políticos consultados pela reportagem, a tendência é que os demais concorrentes ao governo do Paraná – Paulo Salamuni (PV), Luiz Felipe Bergmann (PSol), Amadeu Felipe da Luz Ferreira (PCB), Avanilson Araujo (PSTU) e Robinson de Paula (PRTB) – sejam apenas coadjuvantes desta disputa.

Osmar e Beto vão à luta para a campanha com armas eleitorais importantes. Ambos conseguiram fechar alianças fortes, contam com estruturas partidárias sólidas e têm aliados no comando da máquina pública. O fato de os dois representarem no estado os candidatos à Presidência também os destaca dos demais. Richa dará palanque para o presidenciável tucano, José Serra, e Osmar, para a petista Dilma Rousseff.

Além disso, por causas das coligações que formaram, cada um conquistou pouco mais de 6 minutos e meio do programa eleitoral gratuito. Richa fechou aliança com diversos partidos pequenos – 14 legendas fazem parte da coligação do tucano – e com isso deverá conquistar 6min43s de tempo de rádio e tevê. Osmar, por sua vez, foi beneficiado pela coligação com PT e PMDB. Donos das duas maiores bancadas na Câmara Federal, os dois partidos garantiram cerca de 4 dos 6min35s a que Osmar deverá ter direito.

Os dois candidatos também possuem características pessoais que os favorecem. Conta a favor de Osmar Dias a experiência política e a ligação com o interior do Paraná. "Ele conhece as entranhas do estado, transmite segurança e tem um capital político muito forte", observa Carlos Luiz Strapazzon, professor de Direito Constitucional e Ciência Política do UniCuritiba.

Sobre Richa, Strapazzon destaca a ligação do tucano com o eleitorado de Curitiba e região metropolitana. Richa foi reeleito prefeito de Curitiba em 2008 com 77% dos votos. Deixou a prefeitura no fim de março para poder concorrer ao governo do estado. No período que esteve à frente da administração municipal foi escolhido por dez vezes o melhor prefeito do país pelos eleitores da cidade.

Conquista de território

A capital também é considerada território de Richa por ser um dos pontos fracos de Osmar. Maior colégio eleitoral do estado, com 1,2 milhão de eleitores, Curitiba ficou dividida no 2.º turno da eleição de 2006. Nessa ocasião, Osmar perdeu a disputa para Roberto Requião por 10 mil votos, mas venceu na capital por uma diferença muito pequena – menos de 600 votos. "O Osmar tem muita penetração e conhecimento no interior. Mas em Curitiba e região metropolitana, que têm um peso grande no eleitorado, ele vai ter de trabalhar e investir", diz cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Enquanto Osmar terá de trabalhar para ter mais espaço em um território dominado pelo candidato tucano, Richa precisará tomar o caminho contrário para tentar ganhar o interior do estado, área em que o pedetista transita com mais facilidade. "Algumas regiões do estado ainda não o conhecem. Mas ele encontra alguma vantagem no fato de ter nascido em Londrina e pode chegar na região Norte com essas credenciais", observa Oliveira.

A agenda da pré-campanha de Richa evidencia a preocupação em conquistar votos no interior. No dia seguinte de sua renúncia à prefeitura – 31 de março – o candidato iniciou um tour pelo estado. Começou o roteiro por Cascavel (região Oeste) e, deste então, foi rara a semana que o tucano permaneceu sem viajar.

Legenda:0 = zero+ = baixo++ =médio+++ = alto

* Osmar Dias Senador, 58 anos (PDT, PT, PMDB, PSC, PR e PCdoB)

Apoio da máquina +++

Conta com o apoio dos partidos que comandam o governo federal (PT) e estadual (PMDB).

Tempo de rádio e tevê +++

Terá direito a 6min35s* de propaganda eleitoral.

Poder da aliança +++

O grupo de apoio a Osmar conta com cinco partidos, além do PDT, legenda do candidato. A coligação ganha força por causa do apoio do PT e o PMDB. Os peemedebistas detêm o comando do governo estadual e de 135 prefeituras no Paraná. Já o PT se destaca pela presença do presidente Lula, que conta com altos índices de popularidade.

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Contam ao seu favor o bom trânsito nas prefeituras do interior, o fato de ser conhecido por todo o estado e ter ligação com o setor agrário. No entanto, podem pesar contra Osmar a imagem de indeciso que ele passou pela demora em confirmar sua candidatura ao governo do estado. O pedetista também corre o risco de ficar marcado como incoerente por estar neste ano no mesmo palanque que o ex-governador Roberto Requião, com quem travou uma disputa acirrada na última eleição estadual.

Experiência em eleições anteriores ++

Foi ao segundo turno na eleição para o governo do estado em 2006 e perdeu a disputa por cerca de 10 mil votos para Roberto Requião. Antes da disputa de 2006, havia sido eleito ao Senado em 1995 e em 2003.

* Beto Richa

Ex-prefeito de Curitiba, 49 anos (PSDB, PSB, PP, DEM, PPS, PTB, PRB, PRP, PTC, PSDC, PTN, PSL, PMN e PHS)

Apoio da máquina ++

Conta com o apoio do comando da prefeitura de Curitiba, que ficou nas mãos de Luciano Ducci (PSB) depois que Beto Richa deixou o cargo no fim de março para poder concorrer ao governo do estado.

Tempo de rádio e tevê +++

Terá o maior tempo de programa eleitoral gratuito entre os candidatos ao governo do estado. Serão cerca de 6min43s*.

Poder da aliança ++

Conseguiu fechar a maior aliança entre todos os concorrentes nesta eleição estadual: são 13 partidos na coligação, além do próprio PSDB de Richa. A maior parte dos envolvidos, no entanto, é de legendas pequenas.

Imagem +++

Possui uma identificação com o eleitorado mais urbano e tenta firmar a imagem do candidato da renovação do cenário político paranaense. Encontra boa aceitação entre os eleitores de Curitiba e região metropolitana. Quando estava à frente da prefeitura de Curitiba, foi eleito por dez vezes o melhor prefeito do Brasil. Ainda encontra dificuldade em ser conhecido pelo interior do estado. O fato de ser identificado com o grupo do ex-governador Jaime Lerner também pode pesar contra ele.

Experiência em eleições anteriores ++

Ganhou duas vezes seguidas a eleição para a prefeitura de Curitiba. A reeleição, em 2008, foi vencida no primeiro turno com 77%. Antes disso, Richa foi eleito duas vezes deputado estadual (1994 e 1998). Em 2002, disputou o governo do estado, ficando em terceiro lugar com 888.837 votos.

O exército dos pequenos

Nenhum dos chamados nanicos conseguiu fechar alianças para o pleito deste ano. Todos concorrem sozinhos na eleição deste ano. Confira quem são "os guerreiros solitários":

* Luiz Felipe Bergmann (PSol)* Amadeu Felipe da Luz Ferreira (PCB)* Avanilson Araujo (PSTU)* Robinson de Paula (PRTB)

Tempo de rádio e tevê +

Juntos, eles somam 3min33s dos 18 minutos que serão reservados para a propaganda eleitoral dos governadores. O candidato do PSol terá direito a 56 segundos*. Os demais, terão direito a cerca de 51 segundos* cada um.

* Paulo Salamuni (PV)Ex-vereador, 49 anos

Apoio da máquina 0

Tempo de rádio e tevê++Terá cerca de 1min12* para passar a sua mensagem. Entre os candidatos considerados nanicos, é o maior tempo. Poder da aliança 0

Experiência em eleições anteriores +Concorreu seis vezes à Câmara Municipal de Curitiba. Em três das disputas foi eleito e em outras duas assumiu o cargo como suplente. Na última eleição, no entanto, não conseguiu votos suficientes para garantir uma cadeira na Câmara Municipal. Em 2006, concorreu ao Senado pelo PV, ficando em 5º lugar.

Imagem +

É conhecido por parte do eleitorado de Curitiba pelos anos que esteve na Câmara de Curitiba. Deve adotar discurso semelhante ao da candidata à Presidência do PV, Marina Silva, que se apresente neste pleito como uma terceira via na disputa.

* Tempo estimado pela reportagem com base na legislação eleitoral.

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