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| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Inspiração

Dilma quer implantar modelo de administração empresarial

Preocupada com os problemas de gestão da administração federal, a presidente Dilma Rousseff decidiu acelerar o processo de adoção de um modelo empresarial para tentar melhorar o atendimento prestado ao público. A estratégia prevê conversas do empresário Jorge Gerdau, presidente da Câmara de Gestão e Competitividade do governo, com diversos ministros. Também está prevista a revisão do funcionamento das pastas por uma consultoria privada, definição de metas e prazos e fiscalização em tempo real dos projetos e gastos públicos.

Gerdau já começou a conversar com ministros, entregando uma espécie de lista de tarefas e sugestões para que as pastas melhorem o desempenho. Ele sugeriu a redução de ministérios – hoje são 38 pastas. Mas, como isso representaria o desalojamento de partidos aliados da Esplanada, a tática mudou para o monitoramento mais próximo.

O controle dos ministério também é a aposta para contornar outro problema político: o loteamento partidário dentro dos ministérios. A estratégia a ser adotada por Dilma é de amenizar o impacto dessas indicações políticas. Em vez de vetá-las, o Planalto definirá objetivos e resultados que poderá cobrar dos ministros.

Escalada como gerente do governo para fiscalizar a eficiência da máquina federal, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pretende focar sua atuação nos projetos considerados como prioritários pelo Planalto, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na última segunda-feira, na primeira reunião ministerial do ano, coube a Gleisi, por exemplo, apresentar aos ministros a determinação da presidente Dilma Rousseff para que todas as pastas apresentem na internet e em tempo real o andamento de projetos e programas – uma espécie de "Big Brother" governamental.

O que vai mudar na gestão?

Quando assumi, a presidenta me fez uma recomendação muito clara para melhorarmos a eficiência da gestão e gerenciamento de programas e projetos prioritários. A determinação da presidenta é a de sermos obsessivos pela boa gestão.

Qual a medida de eficiência?

Se as pessoas estão sentindo mudança nas suas vidas com os programas implementados. Tem uma frase, um pensamento da presidenta, de que a qualidade dos programas será medida pelos resultados sentidos pela população. Muitas vezes você tem um processo bem monitorado, mas não sabe se a ponta está recebendo o serviço ou informação ou a obra resultante desse processo.

Como ver isso em um país do tamanho do nosso, com um governo deste tamanho?

Primeiro é ter foco, [saber] quais são os programas que são prioritários e focar neles. Não vamos conseguir fazer tudo ao mesmo tempo, responder a todas as demandas. Então se elencam quais são as prioridades.

De que maneira?

Tivemos uma experiência que foi muito positiva, que é o PAC. Focou prioridade na infraestrutura. Teve monitoramento sistemático e recuperamos nossa capacidade de investimento em grandes projetos e grandes obras. Queremos repetir o foco em programas de outras áreas de governo.

Qual o papel da Casa Civil?

A Casa Civil coordena a execução dos diversos programas e projetos do governo com foco naquilo que é prioritário. Não faz análises profundas, técnicas. Ela articula, entre diversos ministérios, não só a elaboração, mas também a organização, a execução e busca por resultado. Isso é uma gerência, digamos assim.

E o "espancamento" da ideia, como disse a presidente [o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que Dilma promove um "espancamento" de ideias que são apresentadas a ela até que as melhores sobrevivam]...

É para ver se a ideia fica de pé, como ela diz. Acho que é importante porque quando você coloca um programa, um projeto, tem que ser sustentável. Fazemos programas para melhorar a vida das pessoas, para dar resultado. Tem que ser analisado sobre todos os pontos de vista. E, às vezes, o ministério que faz [o projeto], por estar envolvido demasiadamente com a matéria, acaba não vendo algumas questões [problemas] que quem está de fora vê.

E o tamanho do ministério [são 38 pastas, número considerado excessivo por analistas, que sugerem o enxugamento]?

O tamanho do ministério, como as pessoas falam, não vejo como problema objetivo. Nunca colocamos isso em pauta.

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