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"O objetivo é desonerar a economia paranaense. Com as novas obras, estaremos ampliando um sistema de transporte mais barato."

Do secretário dos Transportes, Rogério Tizzot, repetindo a promessa de Requião de investir R$ 200 milhões em estradas alternativas às rodovias pedagiadas.

O ouvidor-geral do estado, secretário Luiz Carlos Delazari, figura na lista de testemunhas de defesa do policial Délcio Rasera no processo que corre contra ele no juízo de Campo Largo. Rasera, como se sabe, é acusado de chefiar uma quadrilha dedicada a escutas telefônicas ilegais. Quando de sua prisão, no início de setembro, ele integrava a equipe de assessores diretos do governador Roberto Requião, no Palácio Iguaçu.

Delazari – que é pai do secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari – será ouvido pelo juiz de Direito da comarca de Campo Largo, Gaspar de Araújo Filho, nos próximos dias, na seqüência dos depoimentos que serão tomados das sete testemunhas de acusação.

Na última sexta-feira, a oitiva dessas testemunhas foi suspensa porque Rasera alegou problemas de saúde para não comparecer, preferindo permanecer numa cela da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Curitiba. Uma nova audiência foi remarcada para esta quarta-feira.

A revelação de que Delazari defende Rasera causou espanto em alguns setores. Não se sabe o que ele tem a dizer em favor do araponga nem se vai depor na condição de amigo pessoal dele ou como ocupante do cargo de ouvidor.

O que se sabe é que, segundo o artigo primeiro do decreto 442, de 3 de fevereiro de 2003, baixado pelo governador Roberto Requião, "ao Secretário Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral compete assistir direta e imediatamente ao Governador do Estado, nos assuntos e providências que, no âmbito do Poder Executivo do Estado, sejam atinentes à defesa do patrimônio público e dos interesses dos cidadãos."

Por que federalizar?

O Tesouro do Paraná despenderá até o fim deste ano R$ 936 milhões para custear a rede estadual de instituições de ensino superior, na qual estão matriculados cerca de 60 mil alunos. Cada estudante desse nível custa ao estado, portanto, mais de R$ 15,6 mil por ano.

Com o ensino básico, no qual estão matriculados 2,8 milhões de alunos, o orçamento da Secretaria da Educação previu R$ 2 bilhões para 2006. Ou seja, cada estudante do nível infantil ao médio custa cerca R$ 700,00. Portanto, o gasto do governo estadual com um universitário é 22 vezes maior do que com um matriculado no ensino médio.

O estado não é legalmente responsável pelo custeio do ensino superior. Essa responsabilidade é da União. Portanto, se a União assumisse as universidades estaduais, sobraria mais dinheiro para o estado investir naquilo que é sua obrigação. Ou em outras atividades que não vêm sendo atendidas convenientemente por falta de recursos orçamentários. A segurança pública é um bom exemplo. Programas de apoio ao pequeno agricultor, agora extintos, poderiam ser restabelecidos.

Outros estados conseguiram federalizar suas universidades. O caso mais famoso é o do Rio Grande do Sul que, ao tempo em que o gaúcho Tarso Dutra foi ministro da Educação, livrou-se do peso de sustentar seis de suas instituições superiores.

O Paraná nunca promoveu esse esforço, apesar de ter tido dois ministros da Educação. Pode ser uma decisão estratégica ou política justificável, mas não encontra razão técnica ou legal plausível.

Está aí um assunto com que deveriam se preocupar o governo estadual e os nossos deputados e senadores.

Olho vivo

O pacificador 1 – A briga interna no PMDB pelo comando da sigla pode chegar ao fim hoje, com a programada reunião de suas principais lideranças. Disputam o direito de se candidatar à presidência do partido o ex-secretário Renato Adur e o sobrinho do governador Roberto Requião, João Arruda. O primeiro quer ser aclamado, sem bate-chapa; já o segundo está em plena campanha, se defronte ou não com um adversário no dia da eleição, 17 de dezembro.

O pacificador 2 – Em meio a esta contenda, atua um pacificador – o deputado federal Rodrigo Rocha Loures. Ele está articulando um consenso entre as duas alas: Adur seria eleito presidente e Arruda, secretário-geral. Se a missão der o resultado esperado, Rocha Loures vai se consolidando como um dos principais operadores da articulação política de Requião. A próxima missão – muito mais espinhosa – será a de reaproximar o governador do meio empresarial.

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